Leandro Damião e Nei comemoram o primeiro gol da partida
Foi um jogo duríssimo na Grande Buenos Aires. O Inter largou na frente com um gol de Damião, mas o Independiente conseguiu empatar ainda no primeiro tempo. Na etapa final, Tinga acertou uma bola na trave, e pouco depois os argentinos chegaram ao segundo gol em um lance de bola parada.
Agora, para ser campeão, o Inter precisa vencer por dois gols de diferença em qualquer escore, já que não existe saldo qualificado nas finais. Ou seja: 2 a 0, 3 a 1, 4 a 2, etc serviriam para o Inter ficar com a taça. Vitória por um gol de diferença, também em qualquer escore ( (1 a 0, 2 a 1, 3 a 2, etc), forçaria a realização da prorrogação. Em caso de manutenção da vantagem por um gol do time colorado, a decisão iria para as cobranças de pênaltis.
Estes foram apenas os primeiros 90 minutos da decisão. O Colorado está “vivo” na luta por mais um título internacional, e com a força da sua torcida no Gigante, irá em busca do bicampeonato no dia 24 de agosto, às 21h50. É hora da maior e melhor torcida do Rio Grande se mobilizar para fazer do Beira-Rio um caldeirão contra o Independiente! Os ingressos para o jogo decisivo com os argentinos já podem ser comprados pelos sócios do Clube.
Como a Conmebol, entidade máxima do futebol sul-americano e organizadora da competição, definiu em sua página na internet, o duelo em Avalleneda reuniu dois times históricos. Primeiro porque ambos já foram campeões da Recopa, o Inter em 2007, ao bater o Pachuca na final, e o Independiente em 1995, superando o Vélez Sarsfield na decisão.
O Internacional, Campeão de Tudo – bi da Libertadores, do Mundial FIFA, da Copa Sul-Americana, dentre outros feitos importantes -, disputa o seu oitavo titulo internacional em cinco anos, sendo um dos principais times da América do Sul e o melhor da última década.
O time de Avellaneda, que carrega a alcunha de ‘Rei de Copas’ em virtude das sete conquistas de Libertadores e da própria Copa Sul-Americana – está vencida no ano passado, que lhe deu o direito de disputar a Recopa 2011 -, também conferiu magnitude ao duelo. Enfim, só quem é campeão pode ter o privilégio de decidir um título desta expressão.
Fazendo o nome entre os argentinos
O Inter, que já encarou os principais times Argentinos nos últimos anos – Boca Juniors, Estudiantes, Vélez Sarsfield, Banfield e Rosário Central -, em confrontos pela Libertadores e Copa Sul-Americana, teve mais um embate contra uma equipe ‘hermana’. E o Colorado fez frente na casa lotada do ‘El Diablo Rojo’, mostrando toda a sua experiência em desafios sul-americanos.
Escalação com novidade no ataque
O técnico Osmar Loss escalou o time com o objetivo de complicar ao máximo a vida dos argentinos no primeiro jogo da decisão da Recopa. Reforçou o meio-campo, mas sem abrir mão da ofensividade, tanto que o atacante Jô formou dupla com Leandro Damião. O Inter começou com Muriel; Nei, Bolívar, Índio e Kleber; Wilson Matias, Élton, Tinga e D’Alessandro; Jô e Leandro Damião.
Independiente dá as cartas
O jogo começou com muita disputa pela bola. Ambos os times marcavam forte, diminuindo os espaços em campo. Porém, empurrado por sua fanática torcida, a equipe da casa tentou se impor. Aos 6min, Leonel Nuñes cobrou uma falta das proximidades da área com muito perigo. A bola passou raspando a trave esquerda de Muriel. Aos 9min, Iván Pérez cabeceou ao lado do gol após cruzamento da direita de Tuzzio, mas o lance já estava anulado por impedimento. Aos 11min, Nuñes chutou de longe, por cima da trave colorada.
Pressionado, o Inter se fechava atrás e procurava se expor o menos possível. Quando tinha posse de bola, trocava muitos passes na tentativa de encontrar a melhor infiltração no campo argentino. Aos 14min, Nei recebeu lançamento e experimentou o chute de fora da área, mas a bola passou longe do gol adversário.
Kleber deixa o jogo lesionado
Como é tradição entre os argentinos, a marcação imposta pelo Independiente era muito ríspida, e em alguns momentos beirava a deslealdade. Aos 17min, Kleber sofreu dura entrada de Marco Pérez e sentiu uma lesão. Precisou ser substituído por Fabrício, mas o árbitro sequer marcou falta no lance. Lamentável.
Na frente, o artilheiro Leandro Damião lutava contra a marcação de Gabriel Milito. O jogador da Seleção Argentina, que fez sua reestreia pelo time de Avellaneda, dava atenção especial ao atacante, dificultando suas ações. Também se valia de faltas para parar o camisa 9, mas que a arbitragem preferia não assinalar.
Quando encontrava espaço, o Inter tentava ameaçar nos chutes de longa distância, como o do volante Élton, aos 30min, que saiu ao lado direito do goleiro Hilario Navarro. Aos 32min, Tinga fez boa jogada e tocou para Jô, que não conseguiu a finalização.
Damião faz 1 a 0
A valentia do Inter em solo argentino foi recompensada aos 36min. Élton desarmou o atacante argentino e ligou um rápido contra-ataque com Nei, que avançou em velocidade pela direita. O lateral foi até a linha de fundo e cruzou para a pequena área, onde Leandro Damião se antecipou ao marcador para desviar para o fundo da rede. Foi o 29º gol de Damião na temporada e o 41º com a camisa colorada!
Empate argentino
O time da Grande Buenos Aires não se abateu. Aos 39min, Pérez assustou em um forte chute que Muriel espalmou para escanteio. Aos 41min, Velézquez voou alto no interior da área e conseguiu desviar de cabeça para empatar o jogo. 1 a 1. O Independiente foi para cima, mas o Inter soube se defender bem, garantindo o empate na etapa inicial.
Perigo iminente
O jogo ficou mais cadenciado no começo do segundo tempo, com os dois times valorizando a posse de bola. Aos 5min, Jô tentou acionar Leandro Damião no interior da área, mas a bola passou pela frente do jogador sem que ele conseguisse o desvio. Porém, o Independiente tinha mais presença ofensiva. Aos 7min, Tuzzio chutou da meia-lua para grande defesa de Muriel, que espalmou a bola. No minuto seguinte, Fredes concluiu para defesa segura do goleiro colorado. Aos 13min, Nunéz chutou de muito longe, mas a bola chegou cheia de veneno até Muriel, que deu um tapa providencial para escanteio.
O time de Avellaneda fez duas alterações aos 16min: Nieva e Cabrera entraram nos lugares de Defederico e Pérez.
Tinga manda na trave
O Inter teve boa chance aos 19min, quando Tinga acertou a trave em forte chute da entrada da área. Quase o segundo!
Virada no placar
Mas o futebol é impiedoso. Aos 27min, Marco Pérez cobrou falta, a bola desviou na barreira, e enganou Muriel. O Independiente fazia 2 a 1 em um lance de bola parada.
Jogo fica aberto
Com a desvantagem no placar, o técnico Osmar Loss mexeu no time, colocando os meia-atacantes Andrezinho e Marquinhos nos lugares de D’Alessandro e Jô. Aos 33min, Andrezinho cobrou falta e Leandro Damião tocou de cabeça, mas a bola saiu pela linha de fundo. Aos 36min, Damião avançou com qualidade e chutou para defesa salvadora de Navarro. Pouco depois, Andrezinho cruzou com perigo para a área, mas ninguém conseguiu chegar até a bola.
A resposta argentina veio aos 39min, em uma cabeçada de Nieva que acertou a trave. Na sequência, após bola cruzada para a pequena área colorada, por pouco o atacante do Independiente não conseguiu o desvio para o gol. A partida segiu movimentada até o final, mas o placar não se alterou mais.
“O resultado de empate seria o resultado mais justo, até mesmo pela chances que criamos no segundo tempo. Dentro do Beira-Rio temos totais condições de reverter este resultado negativo, temos um time forte, o Inter é copeiro”, falou o técnico Osmar Loss após o jogo.
Ficha Técnica
Independiente (2): Hilario Navarro; Eduardo Tuzzio, Julián Velázquez, Gabriel Milito e Maximiliano Velázquez; Hernán Fredes, Cristian Pellerano, Iván Pérez (Cabrera) e Matías Defederico (Nieva); Leonel Nuñez (Osmar Ferreira) e Marco Pérez. Técnico: Antonio Mohamed.
Internacional (1): Muriel; Nei, Bolívar, Índio e Kleber (Fabrício); Wilson Matias, Élton, Tinga e D’Alessandro (Andrezinho); Jô (Marquinhos) e Leandro Damião. Técnico: Osmar Loss.
Gols: Leandro Damião (I), aos 36min do primeiro tempo, Velázquez (I), aos 41min do primeiro tempo, Marco Pérez (I), aos 27min do segundo tempo.
Cartões amarelos: Bolívar (I), D’Alessandro; Pellerano (I).
Arbitragem: Wilmar Roldán, auxiliado por Abraham González e Humberto Clavijo (trio colombiano).
Local: Estádio Libertadores da América, em Avellaneda, Grande Buenos Aires-Argentina.
