O candidato ao governo do Estado Tony Clóves (PCB) foi o entrevistado nesta quinta-feira, 22, pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio/AL). Ele afirmou que, caso seja eleito, não vai lutar por mega projetos industriais, mas pelo micro e pequeno empresário.
Clóves relatou as dificuldades dos micro e pequenos empresários no interior do Estado. Para ele, é necessário dinamizar a economia e justificou sua observação ao afirmar que 50% do PIB de Alagoas fica em Maceió e os outros 50% é dividido entre os 101 municípios.
Soluções devem ser encontradas em Alagoas
De acordo com o candidato, as soluções para o Estado devem ser encontradas em território alagoano. “Não tem um candidato à Presidência da República ou presidente da República que vá resolver os problemas de Alagoas, se não tivermos um projeto próprio de desenvolvimento e sustentação desse Estado”, comentou.
Tony disse defender a economia regionalizada. “Se chegarmos ao poder aqui, vamos discutir a economia para o Sertão, Agreste, Zona da Mata porque assim é mais fácil para fazer um orçamento onde todas as regiões sejam contempladas”, afirmou.
Segurança pública é uma questão de “impunidade”
Em relação à segurança pública, Tony disse acreditar que a violência em Alagoas é uma questão de impunidade. “Desde 1998, quase dez anos, não temos um concurso público para a Polícia Civil. Isso aí é um atraso. Porque como é que a gente pode ter investigação de qualidade, uma força científica se não temos material humano nesse Estado?”, questionou.
Segundo o candidato, as polícias e outros setores precisam urgentemente ser desenvolvidos. Ele defendeu a adoção de uma política de inteligência, capacitada, com peritos que possam ter imediatas soluções. “Alagoas é um estado pequeno. Não justifica esse crescimento da violência”, observou.
Defesa da 17ª Vara Criminal
Durante a entrevista, Tony aproveitou para defender a 17ª Vara. “Não podemos ter a insanidade de pensar no final da 17ª Vara. Primeiramente porque o que vem dando resultado não se muda. É ela quem vem resolvendo, que vem dando resposta”, disse.
Em relação à educação, o candidato avalia que o setor transcende à questão econômica. “Agora, fica difícil discutir a educação quando a gente não tem professor de matemática, física e química nas escolas. Não temos um modelo de educação avançado, revolucionário que pense o cidadão como cidadão. Temos que criar cidadãos nas salas de aula”, ressaltou.
Diálogo resolveria problema do analfabetismo
A construção de um governo com capacidade de conversar tanto com os professores quanto com os sindicatos, com os setores que fomentam a educação, resolveria o problema do analfabetismo no Estado em curto espaço de tempo. “O que não está existindo é o diálogo, a vontade política e a capacidade de enxergar que a gente pode resolver o problema”, afirmou.
Tony defendeu ainda o ensino profissionalizante e disse que o governo deve incentivar entidades como o Senac que tem a capacidade de fomentar capacitação para o mercado de trabalho. “O governo de Tony Clóves, o governo do Partido Comunista Brasileiro, vai investir maciçamente em educação”, garantiu. O candidato explicou ainda que o projeto deve ser discutido com a sociedade, desde o sindicato até o pai, até o próprio aluno. “A educação é feita de ouvir, fazer e acontecer”, explicou.
Investimentos em Saúde nos municípios do interior
Segundo Tony Clóves, Alagoas precisa investir em saúde no interior para evitar que pessoas carentes tenham despesas extras com transporte e alimentação para serem atendidas em Maceió. Isso ainda desafogaria os hospitais da capital, acrescentou o militante em movimentos sociais que, em 2008, foi candidato a prefeito de Delmiro Gouveia, município pólo situado no Alto Sertão alagoano.
Ele citou o exemplo de Cuba, onde os médicos gostam de trabalhar no interior. “Aqui a gente não tem esse estímulo. O cidadão universitário tem uma visão burguesa de que ele tem que morar na capital e que, portanto, ele só tem que servir na capital”, afirmou Tony Clóves, ressaltando que o orçamento da Assembleia Legislativa é bem maior do que o do Hospital Geral do Estado.
Tony ainda fez uma denúncia de que no interior o voto hoje é comprado por R$ 100. “Todo mundo sabe, à boca miúda. Como é que a gente compra à R$ 100 um voto e não consegue resolver o problema da saúde? Aí é onde está o problema de Alagoas. Não é a máquina pública. É a corrupção”, criticou.
Candidato aparece em vídeo somente de cueca
O candidato Tony Clóves aparece somente de cueca em um vídeo colocado no You Tube. Sobre isso, Tony foi questionado se não atrapalharia sua candidatura. “Olha, o que prejudicaria minha campanha e ficaria muito difícil é se eu tivesse na cueca dinheiro, mas não tenho”, disparou.
Tony disse não temer os corruptos e os assassinos. “Só tenho medo do silêncio dos inocentes. Enquanto a gente se calar diante dessa realidade nua e crua dos problemas de Alagoas, a gente vai estar sempre vendo o caos, o desmando, o desgoverno e esse povo pobre e humilde, servidor de Alagoas, passando fome em um estado de miséria, sem educação, sem assistência”.
Ronaldo Lessa será o entrevistado desta sexta-feira, 23
Nesta sexta-feira, 23, a série de entrevista da Fecomércio continua a presença do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT). No dia 26, a rodada será retomada com o candidato Mário Agra (PSOL), que vai encerrar o evento. A entrada para participar das entrevistas é franca e aberta ao público em geral, especialmente aos empresários do comércio de bens, serviços e turismo.