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Alagoas

Educadora alagoana recebe prêmio por estudo sobre diversidade sexual na escola

Educadora de Alagoas recebe prêmio na próxima terça-feira

A educadora Maria Alcina Ramos, técnica da 13ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), com sede em Maceió, obteve reconhecimento nacional em virtude de sua pesquisa sobre diversidade sexual na escola pública. Na próxima terça-feira (23), na Câmara dos Deputados, em Brasília, a educadora será uma das agraciadas com o Prêmio Educando para a Diversidade Sexual na categoria dissertação, com o tema “Purpurina na Terra do Cangaço: refletindo a homossexualidade na escola”.

A pesquisa, orientada pela Professora Doutora Laura Pizzi, foi defendida como dissertação do Mestrado de Educação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e surgiu a partir da execução do projeto Prevenção e Sexualidade nas Escolas, iniciativa do Grupo Gay de Alagoas (GGAL) que contou com apoio da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE).

O projeto teve como objetivo capacitar educadores por meio de uma formação com educadores de maneira a promover a inclusão social e respeito à diversidade sexual em escolas públicas em bairros de Maceió que, até então, apresentam altos índices de violência contra a comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros).

O objeto de estudo da pesquisa foram duas escolas que passaram pela formação e os desdobramentos dessa ação, incluindo entraves enfrentados pelos professores como também os avanços obtidos na redução do preconceito. “Neste levantamento, detectamos alguns avanços com uma nova concepção docente a respeito de novas posturas em relação à sexualidade e ao fazer pedagógico, privilegiando informações científicas e o interesse em formação continuada com enfoque na ética e autoestima”, conta Maria Alcina.

Conscientização – A educadora diz que a escola tem papel fundamental na redução da intolerância contra jovens de orientação sexual homossexual/bissexual, visto que, muitas vezes, o preconceito começa entre os colegas de escola. “A partir do momento que esta agressão passa a ser aceita na adolescência, futuramente ela culminará em violência física e até morte. Por isso, é importante que a escola, como espaço de formação, atue no sentido de promover uma convivência de tolerância e respeito”, destaca Maria Alcina.

O diretor de Modalidades e Diversidade da Educação Básica da SEE, Neilton Nunes, endossa a importância da comunidade escolar neste processo. “A escola não pode estar alheia nem desatualizada em relação a esta discussão, pois se trata de uma instituição formadora onde os alunos devem aprender o respeito ao próximo”, pontua Nunes.

Avanços – Maria Alcina lembra que, nos últimos anos, a rede pública de ensino em Alagoas registrou avanços na luta contra a homofobia no ambiente escolar. Dentre as principais conquistas, ela cita a aprovação, pela SEE e Conselho Estadual de Educação, do parecer que institui o nome social de travestis e transgêneros nos documentos escolares e a criação de espaços específicos para a implementação de políticas públicas de combate à homofobia nas escolas dentro das secretarias de Educação do Estado e do Município de Maceió.

“Ações como estas renderam reconhecimento nacional de Alagoas junto à Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), e esperamos que a premiação da nossa pesquisa seja um incentivo a mais para a continuidade destas ações em nosso Estado”, estima a educadora.

Maria Alcina também ressalta o apoio dado à sua pesquisa pela equipe da 13ª CRE, onde possui um núcleo específico para a discussão da diversidade étnica e de gênero.

O prêmio – O Prêmio Educando para a Diversidade Sexual é uma promoção da Câmara dos Deputados, com apoio de órgãos como Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT; Aliança Global para Educação LGBT (GALE); ABGLT e Unesco. Na ocasião, também será realizado debate sobre o projeto Escola sem Homofobia, com mediação do deputado Iran Barbosa (PT-SE).