O Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE), vai ampliar a oferta de cursos e espaços de ensino profissionalizante até o ano de 2013. A pasta possui recursos assegurados para a reforma e ampliação de seis escolas estaduais para a oferta da modalidade concomitantemente ao Ensino Médio, além da expansão do Centro de Educação Profissional Maria Alice Beltrão, implantação do Centro de Educação Profissional de Maceió, no conjunto Colina dos Eucaliptos, e a inauguração de dois novos centros profissionalizantes em Arapiraca e Pilar.
Os recursos para o financiamento dessas obras são provenientes do Programa Brasil Profissionalizado, Programa de Expansão da Educação Profissional (Proep) e do Tesouro Estadual.
A expansão do ensino profissionalizante em Alagoas decorre da preocupação do Governo de Alagoas em incluir os jovens no mercado de trabalho e ofertar mão de obra qualificada para os novos empreendimentos que se instalarão no estado, a exemplo dos novos hotéis e do estaleiro Eisa, em Coruripe.
“Está acontecendo uma mudança no perfil da economia alagoana em virtude do crescimento do turismo e a vinda de novas indústrias para Alagoas. É prioridade do governador Teotonio Vilela Filho criar novas perspectivas de inserção no mercado para a juventude alagoana”, destaca o secretário de Estado da Educação, Rogério Teófilo.
De acordo com a assessora especial de Educação Profissional e Tecnológica da SEE, Stella Albuquerque, a escolha dos cursos ministrados nestes espaços leva em consideração as peculiaridades locais em sintonia com as demandas de mercado e princípios de empregabilidade, competitividade e empreendedorismo. O centro profissionalizante de Coruripe, por exemplo, em um segundo momento, vai ofertar cursos que atendam à demanda do setor sucroalcooleiro – a principal atividade industrial da região – como também do futuro estaleiro Eisa.
“O Governo de Alagoas, com o apoio do Ministério da Educação, está organizando sua oferta de formação profissional, tendo como objetivo a criação de cursos que atendam também aos profissionais que já estão no mercado, mas sentem falta de uma melhor qualificação para o exercício de suas funções”, ressalta.
Ações
O processo de expansão do ensino profissionalizante no estado teve início em 2010 com a inauguração do Centro de Educação Profissional Maria Alice Beltrão, em Coruripe, e a oferta do Ensino Médio Integrado (EMI) na Escola Estadual José Aprígio Vilela, em Teotonio Vilela, onde os alunos, simultaneamente, estudam o conteúdo do Ensino Médio ao mesmo tempo em que cursam cursos profissionalizantes.
De acordo com Stella Albuquerque, as metas para o ano de 2011 incluem a consolidação das ações iniciadas em Coruripe e Teotonio Vilela e a implantação do Centro de Educação Profissional de Maceió, no conjunto Colina dos Eucaliptos, prevista ainda para o início deste ano. O novo centro profissionalizante da capital vai beneficiar jovens da parte alta de Maceió, contando com três salas de aula, três laboratórios (dois de informática e um de hotelaria), biblioteca e auditório com capacidade para 300 pessoas.
Os municípios de Pilar e Arapiraca também serão contemplados com a construção de espaços semelhantes. Financiados com recursos do Programa Brasil Profissionalizado, os dois centros totalizam um investimento de R$ 11 milhões e, inicialmente, deverão ser oferecidos cursos como design de móveis – atendendo à demanda do polo moveleiro em construção na cidade de Arapiraca – eletroeletrônica, imagem pessoal e reciclagem.
Parcerias
Para expandir a oferta de cursos profissionalizantes, o Governo de Alagoas empreendeu parcerias com órgãos ligados à educação, empresas e prefeituras. Além do apoio das prefeituras de Coruripe e Teotonio Vilela, o Estado firmou parceria com o Sistema Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) para ofertar cursos como recepcionista, operador de microcomputador, técnico em cooperativismo e camareira.
Para a implantação do Centro de Educação Profissionalizante de Maceió, o Estado também empreenderá colaboração com o Instituto Walmart, que utilizará o espaço para desenvolver a Escola de Varejo, um programa de qualificação profissional na área de varejo, com foco no desenvolvimento pessoal, social e produtivo.
“Nesta parceria, o instituto se responsabiliza pelo projeto, professores e seleção de alunos. Caberá à SEE a cessão do espaço, acompanhamento pedagógico e definição das escolas de onde serão selecionados os alunos que participarão dos cursos”, adianta Stella Albuquerque.
Outros dois projetos que serão executados em ações conjuntas são a construção de uma escola agroecológica para a capacitação de camponeses em Arapiraca, que conta com a parceria do Movimento Sem Terra (MST). Em Maceió, SEE e Universidade Estadual de Ciências da Saúde (Uncisal) trabalham conjuntamente no projeto de ampliação da Escola Técnica de Saúde Valéria Hora, em Maceió, para a oferta de novos cursos.
Integração
Seis escolas da rede estadual de ensino também serão submetidas a reformas e adaptações para a implantação de cursos profissionalizantes paralelamente à oferta do conteúdo do Ensino Médio. A previsão da SEE é que esta modalidade, conhecida como Ensino Médio Integrado (EMI), seja implantada nas escolas Mileno Ferreira, em Santana do Ipanema; Monsenhor Machado, em Viçosa; Graciliano Ramos, em Palmeira dos Índios, e Benedita de Castro e José Correia Silva Titara, ambas em Maceió.
O ensino profissionalizante também será expandido na escola José Aprígio Vilela, em Teotonio Vilela. A unidade adotou a modalidade de forma inovadora: os alunos estudam ao mesmo tempo as disciplinas profissionalizantes e do Ensino Médio durante um turno inteiro e mais dois dias no turno oposto. Ou seja, quem estuda pela manhã tem mais dois dias de aula no horário da tarde em um calendário semestral e não anual.
Quem já concluiu o Ensino Médio também pode se matricular nos cursos profissionalizantes e, para isso, a escola empreendeu uma metodologia que concilia estudos e vida profissional. As disciplinas são trabalhadas em quatro blocos letivos ao longo do ano e, se for necessário, o aluno pode trancar um desses blocos sem correr o risco de perder o curso todo.
“Os blocos são distribuídos de forma a permitir que o estudante possa viabilizar estágios no horário noturno sem atrapalhar suas atividades profissionais durante o dia”, pontua o diretor Cícero Trindade. Além dos jovens de Teotônio Vilela, os cursos beneficiam alunos de Junqueiro, Anadia e Campo Alegre.