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Negócios/Economia

Economia não cresceu no terceiro trimestre, mas deve se recuperar no fim do ano

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, disse hoje (22), durante o balanço da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), que dados indicam que a economia brasileira não cresceu no terceiro trimestre do ano. Segundo ele, no entanto, deve haver uma melhora do quadro no quarto trimestre. Barbosa destacou que as projeções mostram um crescimento de 3,2% no ano, nas estimativas do mercado financeiro, e de 3,8%, na expectativa do governo.

O secretário ressaltou que essa expansão está dentro das perspectivas do governo que, diante do cenário internacional, adotou medidas que promoveram uma moderação no crescimento da economia.

Sobre a inflação, Nelson Barbosa lembrou que houve uma elevação dos índices em 2011, mas reiterou que o governo espera que a meta seja cumprida. A meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este é ano é 4,5%, com uma variação de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

De acordo com o secretário, “choques externos e internos” elevaram a inflação. Quanto ao setor externo, na avaliação dele, haverá desaceleração ou recessão nos países avançados,”mas sem crise financeira”. No Brasil, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deverá ficar entre 4% a 5% em 2012, com a inflação cedendo para menos de 5% ao ano. Barbosa acredita que o Brasil também cumprirá as metas de resultado primário, com pequena elevação no déficit em conta-corrente.

Para justificar a projeção de crescimento da economia de 5% em 2012, o secretário citou medidas já adotadas como o aumento do salário mínimo, que passará em janeiro para R$ 622,73, as desonerações por meio do Simples Nacional, que, segundo ele, deve injetar R$ 8 bilhões na economia, e do Programa Brasil Maior e os efeitos da redução da taxa básica de juros (Selic). “Essas medidas já ocorreram e estão em vigor. Por si só, garantem uma aceleração do crescimento da economia para pelo menos 4% no ano que vem. Creio que a gente pode chegar a 5%”, disse Barbosa.

Ele destacou ainda que no ano que vem poderá haver uma maior expansão dos investimentos públicos ligados ao PAC, ao Programa Minha Casa, Minha Vida, ao Programa Nacional de Banda Larga e à Copa de Mundo de 2014. Ele informou que a política fiscal em 2012 será neutra, o que significa que não “puxará para baixo e nem irá estimular a economia. Destacou ainda que o governo estimulará a retomada sustentável na expansão do crédito livre.

“Por isso, que, diferentemente do mercado, nós sustentamos que o crescimento da economia será 4% e nós vamos trabalhar [para] que ele chegue a 5% no ano que vem”, reforçou. Sobre a possibilidade de a inflação ficar abaixo de 5%, Nelson Barbosa prevê que haverá estabilidade ou queda nos preços das commodities (produtos básicos) e queda em alguns preços administrados, como tarifas de energia elétrica e de ônibus. Já o etanol, avaliou o secretário, deverá ter preço estável no ano que vem. Segundo ele, terá impacto ainda na estimativa de inflação a revisão da Pesquisa de Orçamentos Familiares feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).