Mato Grosso é o estado com maior número de municípios na lista dos que mais desmataram o Cerrado entre 2002 e 2008, divulgada na quinta-feira, 10 de setembro, pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). Das 60 cidades que foram responsáveis por um terço da devastação no período, 14 são matogrossenses. Nesta sexta-feira, 11 de setembro, é celebrado o dia do bioma.
O desmatamento no bioma já atingiu 48,2% da cobertura original – quase um milhão de quilômetros quadrados. A média é de 1% de vegetação nativa a menos por ano.
Apesar da maioria matogrossense, quatro municípios baianos lideram a lista dos que mais desmataram: Formosa de Rio Preto, São Desidério, Jaborandi e Correntina, na região Oeste do estado. “É um dos arcos do desmatamento no Cerrado”, apontou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. A região central de Mato Grosso também é considerada crítica, com base nos dados de 2002 e 2008.
Em todo o bioma, a expansão das lavouras de cana-de-açúcar, da soja, da pecuária, da produção de carvão e as queimadas (naturais ou provocadas) são os principais vetores de desmatamento.
Os municípios listados pelo MMA serão alvo de ações prioritárias do governo, assim como já é feito nas cidades que mais desmataram na Amazônia Legal. Entre as medidas, que integram o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento do Cerrado (PPCerrado), estão a previsão de aumento das operações de fiscalização e controle, além da oferta de alternativas econômicas para as pessoas que se beneficiam do desmate ilegal.
“O peso das medidas econômicas vai ser muito maior [que o da repressão]. O ‘direito de derrubar’ é muito maior que na Amazônia [onde a reserva legal é menor]”, comentou Minc.
Além de frear o desmate, o governo quer aumentar o percentual de áreas de preservação no Cerrado. Atualmente, a soma de unidades de conservação federais e estaduais corresponde a 7,5% da área total do bioma. A meta assumida internacionalmente, no âmbito da Convenção da Diversidade Biológica, é chegar a 10%.