Dormir bem afeta o nosso corpo e priorizar o sono pode ter reflexos diretos na resposta dele ao estresse e até na regulação do apetite e do humor. Quando se trata de dormir bem, cada minuto é valioso. Um estudo recente publicado pelo Jornal da Fundação Nacional do Sono (National Sleep Foundation) revelou que a perda de apenas 16 minutos de sono por noite pode prejudicar a produtividade e afetar a qualidade do trabalho.
Um grupo de pesquisadores americanos entrevistou 130 funcionários da área de TI e pais de pelo menos uma criança em idade escolar. Foram medidos o tempo de sono, sua duração, qualidade e concentração. Os pesquisadores descobriram que quando os participantes dormiam apenas 16 minutos a menos do que o normal e relataram qualidade de sono insatisfatória, houve uma quantidade maior de problemas cognitivos no dia seguinte, como distração e falta de clareza ao pensar.
De acordo com os pesquisadores, isso pode ter afetado diretamente o desempenho no trabalho e na tomada de decisões, além de seguir impactando negativamente no sono dos entrevistados, que dormiam e acordavam mais vezes como consequência disso. Os pesquisadores também compararam dias úteis a fins de semana e descobriram que as conseqüências de menos sono estavam ausentes quando os entrevistados tinham folga no dia seguinte.
A ciência demonstra que dormir o suficiente não é só dormir um mínimo de horas. O sono também precisa ser consistente e regular. Pessoas com horários irregulares tendem a ter pior saúde cardiovascular e um metabolismo mais lento, enquanto as pessoas que acordam no mesmo horário todas as manhãs tendem a encontrar um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Se a curto prazo, a falta de sono de qualidade pode afetar o julgamento, o humor, a capacidade de aprender e absorver informações, além de aumentar o risco de acidentes e lesões graves, a longo prazo, a privação do sono pode levar a uma série de problemas de saúde, incluindo obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e até mortalidade precoce.
Falta de sono também se traduz na pele
As consequências da privação de sono também podem ser notadas na aparência, principalmente nos olhos e na pele. A falta de sono está relacionada com a queda de cabelo por conta do estresse gerado pela privação. A pele também sofre com um sono irregular: o corpo em estado de privação de sono libera cortisol, o hormônio do estresse, responsável por acelerar processo inflamatórios que quebram as proteínas da pele, deixando-a com aspecto pálido e sem vida. As olheiras, um dos sinais mais claros de falta de sono, surgem por conta da dilatação dos vasos sanguíneos originada pela privação de sono e cremes para a área dos olhos podem não conseguir reverter o processo se o sono não estiver em dia.
Não há um consenso sobre o quantidade de horas necessárias para um sono saudável. A National Sleep Foundation afirma que a duração apropriada do sono varia de acordo com a idade. Crianças em idade escolar devem dormir entre 9 e 11 horas. Esse número cai para entre 8 e 10 horas para adolescentes e vai diminuindo conforme a idade: jovens adultos devem dormir entre 7 e 9 horas por noite, enquanto os mais velhos podem dormir entre 7 e 8 horas.
