Monsenhor Luiz Marques com uma de suas supostas vítimas
Dom Valério Breda, bispo da Diocese de Penedo, resolveu se pronunciar sobre sua posição no caso dos padres acusados de pedofilia no município de Arapiraca. Até o momento o bispo só havia se pronunciado por meio de duas notas que foram reproduzidas pela imprensa alagoana. Várias tentativas de entrevistas, feitas pela imprensa local como também pela imprensa nacional, representada pelo jornalista Roberto Cabrini, que viveu a idas e vindas com o bispo diocesano, na expectativa de conseguir ouvir algumas palavras do religioso, foram frustantes, uma vez que o bispo se negava a falar sobre o assunto.
Em entrevista concedida a um importante jornal de Alagoas, que foi veiculada na tarde deste sábado (10), o bispo voltou a afirmar que só ficou sabendo das denúncias de pedofilia envolvendo os padres de Arapiraca, pela imprensa nacional, que no dia 11 de março, veiculou uma reportagem denunciando o padre Edílson Duarte e os Monsenhores Luiz Marques e Raimundo Gomes, que supostamente teriam abusado sexualmente de crianças de oito a 12 anos.
O bispo diocesano, disse ainda que todas as medidas foram adotadas para garantir uma investigação isenta do comportamente dos religiosos alagoanos, e deixou claro que todos os envolvidos nesse caso serão severamente punidos, no final do mês de julho, onde deverão ser anunciadas as punições para os religiosos.
Dom Valério Breda, fez questão de lembrar que até o momento nada foi provado, que muito se fala por aí, mais até agora só existem denúncias, que segundo ele, devem ser apuradas também pela área criminal, para evitar que inocentes sejam condenados ou culpados fiquem livres. Quando questionado sobre a desobediência ao celibato, uma vez que pelo menos no caso do Monsenhor Luiz Marques ficou provada a desobediência as normas católicas, o bispo disse que caberá a igreja determinar a punição dos religiosos, que já foram afastados da função eclesiástica, pela Diocese de Penedo, após as graves denúncias de pedofilia e abuso sexual.
Nos dias 16, 17, e 18 de abril, integrantes da CPI da Pedofilia deverão chegar a Arapiraca para colher depoimentos dos envolvidos no escândalo sexual. Devem depor aos senadores os monsenhores Luiz Marques Barbosa e Raimundo Gomes Nascimento, padre Edílson Duarte, as delegadas Bárbara Arraes e Maria Angelita, Anderson Silva, Cícero Flávio Vieira Barbosa, Fabiano Ferreira, José Alexandre Bezerra, José Reinaldo Bezerra, Joau Ferreira Santos, Maria Isabel dos Santos, Lenilton Tenório, Ednaldo Santos e três menores envolvidos no caso.
Entenda o caso:
O programa Conexão Repórter, apresentado pelo jornalista Roberto Cabrini no SBT, exibiu na quinta-feira, 11 de março, uma matéria bombástica, referente a dois monsenhores e dois padres da cidade de Arapiraca, no Estado de Alagoas, que segundo as denúncias feitas ao programa, estão envolvidos em casos de pedofilia no município localizado no agreste alagoano. As denúncias feitas ao programa vieram acompanhadas de provas evidenciais, o que despertou na produção o interesse de averiguar os fatos, pois estavam de posse de um vídeo onde um dos monsenhores, Luiz Marques, faz sexo com um jovem.
Ao chegar a Arapiraca, Roberto Cabrini informou que encontrou Fabiano, o rapaz que aparece mantendo relações sexuais com o padre no vídeo. As surpresas estavam apenas começando! O jovem Fabiano, que hoje está com 20 anos, declarou que conheceu o padre quando começou a ser coroinha na igreja, quando na época tinha apenas 12 anos. Desde então, Fabiano declarou a produção do Conexão Repórter, que foi assediado sexualmente pelo padre.
Com as declarações do jovem Fabiano, outros foram localizados e com eles veio a confirmação do envolvimento de outros padres no “escândalo da igreja”. Entre os jovens que foram localizados, está um menor de 11 anos, que também confirmou as acusações, afirmando que foi assediado por outro padre da região, Edilson Duarte, que atualmente é o administrador paroquial da Igreja Catedral de Nossa Senhora do Bom Conselho.