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Alagoas

Documentário alagoano será exibido em rede nacional de TV

Com estreia nacional, o documentário alagoano Areias que falam – Os efêmeros mundos do grande Opara, de Arilene de Castro, será exibido na Rede Pública de Televisão em todo o território nacional, na próxima quinta-feira (3), às 23h. Em Alagoas, a exibição será feita pela TV Educativa, emissora associada à TV Brasil. O filme é vencedor do IV DOC TV, programa do Ministério da Cultura, realizado no estado pelo Instituto Zumbi dos Palmares (IZP).

Exibido durante a Semana Mundial do Meio Ambiente, a produção fala sobre os impactos ambientais e alterações vividas na região da Foz do Rio São Francisco, com destaque para as comunidades ribeirinhas de Pontal da Barra, Pixaim, em Alagoas, e Cabeço, em Sergipe, que sofreram diversas alterações nos últimos anos.

Selecionado entre 12 projetos inscritos no Concurso Alagoano do DOC TV IV, o media-metragem Areias que Falam, teve sua pré-estreia estadual realizada no dia 04 de julho de 2009, no Armazém Uzina, em Jaraguá. “A proposta do documentário é mostrar os impactos ambientais que estão por trás da beleza da Foz do Rio São Francisco, para isso fizemos questão de dar voz aos ribeirinhos”, destacou Arilene.

Para Marcelo Sandes, diretor-presidente do IZP, o DOC TV tem como objetivos gerais a regionalização da produção de documentários, a articulação de um circuito nacional de teledifusão e a criação de ambientes de mercado para os documentaristas brasileiros. “Com a adesão do IZP, através da nossa TVE, a próxima edição do DOC TV, que vai para a sua quinta edição, mais uma vez Alagoas estará participando e fazendo bonito nesta bem-sucedida premiação nacional,” ressaltou Sandes.

História – Partindo de uma narrativa de fragmentos poético-reflexivos, Areias que Falam faz um mergulho na história esquecida do Baixo São Francisco, possibilitando aos ribeirinhos, falar de seus saberes, medos, sonhos, escassez de alimentos, resistência, hábitos e esperança.

Sobreviventes do Pontal da Barra e Cabeço falam sobre o desaparecimento destas duas comunidades, que ocorreu em função de construção de hidrelétricas. Os telespectadores vão saber também como vivem os ribeirinhos de Pixaim, diante de um rio que vive o problema do assoreamento, e de um mar que invade cada vez mais a cidade e as casas. Os moradores seguem nômades fugindo das dunas e da água.

“Nossa expectativa é que agora, com a estreia nacional, o Brasil possa conhecer a história dessas comunidades,” disse a diretora do documentário.

A película documenta a paisagem física e humana, apresentando um diálogo carregado de ancestralidade e livre de releituras elaboradas a partir de análises acadêmicas, numa tentativa de manter viva e, ao mesmo tempo, denunciar a situação vivida por tais comunidades. Durante 52 minutos, os telespectadores conferem, ainda, imagens de casas soterradas por dunas e queimadas, invasão do mar, barragens, hidrelétricas e assoreamento do rio.

O Programa DOC TV é uma realização da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec), Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) e Empresa Brasil de Comunicação (TV Brasil). Em Alagoas, o programa é viabilizado pelo IZP, com apoio institucional da Associação Brasileira de Documentaristas e curtas-metragistas de Alagoas e do Banco do Nordeste. O documentário de Arilene de Castro, vencedor do IV DOC TV, será reprisado no próximo domingo (06), à 1h45, na TV Educativa.