Algumas mães, depois que os bebês nascem, se deparam com a insuficiência de leite para amamentação. Já outras mulheres, produzem um volume que ultrapassa a necessidade de seu filho, o que possibilita que elas sejam doadoras em um banco de leite humano. Esses postos ajudam a crianças que estão em situação de risco nas Unidades de Tratamento Intensivo Neonatais.
O Dia Mundial da Amamentação, celebrado no dia 1 de agosto, é uma data que tem o objetivo de promover o exercício da amamentação natural, com atenção voltada ao combate da desnutrição infantil. A data serve também para incentivar as mães que produzem leite em excesso a doar para os bancos de leite. As ações promovidas pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vão até o dia 8 de agosto em diversas unidades de saúde da capital.
A Casa Maternal Denilma Bulhões, localizada no Benedito Bentes, criada em 2006, foi o primeiro posto de coleta de leite humano de Alagoas e o único existente no município atualmente. De acordo com a técnica de enfermagem, Maria das Graças Rodrigues, logo no início das atividades as mulheres precisavam se dirigir ao posto para fazer a entrega da doação, o que muitas vezes estragava o material, pois eles não eram levados congelados ou em recipientes adequados. E para tentar evitar o desperdício, as coletas passaram a ser feitas na casa da própria doadora. Esse leite coletado abastece o banco de leite do Hospital Universitário Profº Alberto Antunes (HUPAA/Ufal).
“Aqui na Casa Maternal temos grupos para gestantes, para o incentivo ao aleitamento materno e um grupo para doadoras de leite. No grupo de doadoras, nós ensinamos sobre a higienização dos recipientes e da mama, como armazenar esse leite, como amamentar, além de contarmos com uma equipe de médicos, nutricionistas, psicólogos prontos para atender as mães durante todo o processo”, explicou Maria das Graças Rodrigues.
As mães que desejam doar leite podem se ir até a Casa Maternal e realizar o cadastro. No local é feita uma triagem e são recolhidos os exames de pré-natal, onde é verificada a existência de carga viral no organismo que, caso não averiguado, pode ser passado pelo leite. Existem no município 38 doadoras fixas de leite. Em 2013, foram recolhidos 419 litros de leite em Maceió.
Ainda de acordo com técnica de enfermagem Maria das Graças Rodrigues, a mulher precisa estar amamentando o filho para ser uma doadora. “É preciso que antes de tudo exista um laço de amor com seu próprio filho para que ela possa distribuir esse sentimento com os demais”, pontuou ela lembrando que além de fortalecer os laços de confiança, o aleitamento é fundamental para a prevenção de doenças para as mães e bebês.
Mulheres que amamentam
Leilane Silva de Santana, 26 anos, é moradora do conjunto Paulo Bandeira, localizado no Benedito Bentes e mora em Maceió há dois meses. Hoje, foi a primeira vez que doou leite para o posto de coleta da Casa Maternal Denilma Bulhões. “Sou de Atalaia e moro em Maceió há pouco tempo, soube que a maternidade Denilma Bulhões recebia doação de leite humano e eu resolvi doar porque tenho muito leite e desperdiço, às vezes estraga e então pensei que poderia dar a quem precisa”, afirmou ela.
Leilane Silva acredita ainda que amamentar é ajudar a salvar vidas. “Tem muitas mães que não tem condições de amamentar seus filhos e eu me sinto feliz por poder ajudar um pouco a essas crianças”, concluiu.
Hospital Amigo da Criança
A Casa Maternal Denilma Bulhões é a única maternidade do município de Maceió que realiza coleta de leite humano. Há 10 anos, a maternidade que tem o título de Hospital Amigo da Criança, concedido pelo Ministério da Saúde (MS), contribui no abastecimento e estoque do banco de leite do Hospital Universitário (HU).
Para ter e manter o título do Hospital Amigo da Criança, a unidade de saúde precisa seguir anualmente 10 passos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, todos eles focados na ajuda e incentivo a amamentação. Na rotina implantada na maternidade, diariamente há um cuidado com as mães, bebês e o leite materno.