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Sergipe

Diversidade marca os primeiros dias da Semana Sergipana de Dança

Aberta na noite do Dia Internacional da Dança, 29 de abril, a dança produzida em Sergipe está em destaque até o próximo dia 4 de maio, com a realização da VIII Semana Sergipana de Dança. Seis grupos se apresentaram nos três primeiros dias do evento e na primeira noite, subiram ao palco do Atheneu os espetáculos “Moinhos de Pedra” e “Dançando com a Diferença”.

Pela terceira vez, Margot Oliveira, com sua coreografia ‘Moinhos de Pedra’, teve a oportunidade de mostrar seu trabalho ao público durante a Semana Sergipana de Dança. Nas outras duas oportunidades, ela se apresentou em grupo, mas, desta vez, coube à artista protagonizar sozinha a abertura do evento. Para o estudante João Marcos, o solo “Moinhos de Pedra” foi uma grata surpresa. “Não conhecia a dança contemporânea e tive uma boa impressão. Gostei bastante”, garante.

Depois de Margot, a noite de estréia ficou a cargo da Cia. de Dança Loucurarte. E não faltaram aplausos da plateia ao grupo sergipano. O espetáculo “Dançando com a Diferença” apresentou uma série de movimentos corporais sobre cadeiras de rodas, evidenciando o papel agregador da dança enquanto manifestação artística.

“Foi espetacular, maravilhoso. A coreografia, os movimentos, tudo foi perfeito”, elogiou Gilmar Evaristo, ainda encantado com o que assistira. “Muitas pessoas acham que o cadeirante não tem capacidade, mas nós mostramos que podemos ir além”, enfatiza Gilmar, que também tem necessidades especiais.

Na segunda noite de espetáculos a pluralidade de estilos foi o diferencial. Abrindo a noite o bailarino Erê Braz, levou para o público seu espetáculo `O Heremita`, uma apresentação que mesclou as danças contemporânea, afro e acadêmica. Na apresentação o bailarino mostrou como as figuras do tarô se revelam como sim ou não, o possível ou impossível, transformando-se em dança. “Este evento é de grande importância, para a dança, pois populariza o trabalho que é produzido em Sergipe”, afirmou o bailarino ao final da sua coreografia.

Logo em seguida foi a vez do quarteto `Irmãos de Rua`, da cidade de Pirambu, mostrar seu trabalho. “Esta é uma coreografia que foi construída com muito carinho e que é uma forma inovadora de mostrarmos o hip hop”, destacou a diretora do grupo, Ivanilda Galvão. Para ela, a Semana de Dança, “é uma grande vitrine para o trabalho da dança produzida em Sergipe”, completou.

A dança árabe também foi destaque na segunda noite de apresentações. A bailarina Flávia Khayna, por exemplo, mostrou um pouco da sua dança para o público através do seu espetáculo intitulado `Ísis`. Logo depois foi a vez da Malika Danças subir ao palco. A diretora do grupo, Tathiany Moura, a Semana de Dança “faz o trabalho dos bailarinos sergipanos crescer junto com o evento”, frisou.

Intercâmbio cultural

A terceira noite do evento foi marcada pelo intercâmbio cultural promovido com a presença da Companhia de Danças de Diadema (SP) no festival. Os movimentos cênicos da companhia unem humor, arte e músicas francesas sincronizadas e entrelaçadas às canções da música brasileira. Nos bastidores, Carbones elogiou Sergipe. “A dança ainda está construindo seu público. É difícil termos momentos assim onde encontramos a casa quase cheia. Eu acredito que quanto mais existirem eventos em prol da dança, melhor, e felizmente ainda existem secretarias que fazem eventos assim. Isso significa muito para nós”, disse.

O dançarino Rodolpho Sandes, da Cubos Companhia de Dança, acompanhou o espetáculo e falou que o contato dos artistas locais com produções de outros Estados é enriquecedor. “É ótimo ver outras formas e outras possibilidades de se fazer a nossa arte. É muito boa essa troca e o intercâmbio artístico é fundamental, principalmente quando se fala de dança”, opinou.
Renata Carvalho, dançarina que integra a programação dessa oitava edição da Semana, prestigiou a apresentação do grupo paulista. “Eventos assim não podem deixar de existir. É importante para a consolidação cultural do Estado”, sugere.

Além do espetáculo, a Companhia de Dança de Diadema realizará nesta sexta-feira, 2, no Teatro Tobias Barreto, às 14h30, um workshop gratuito para mostrar técnicas de criação e exercícios de dança contemporânea. A ação também integra a programação da Semana Sergipana de Dança.
De acordo com Ana Bottosso, diretora do grupo de dança, os integrantes do grupo têm experiência com atividades de capacitação. “Nós já ministramos aulas em Diadema e no workshop em Aracaju, vamos trabalhar um pouco do nosso preparo corporal e alguns exercícios. O participante que viu o espetáculo fará uma melhor ligação do exercício com a cena. Isso torna a forma de ensinar mais interessante.”

Mas se engana quem acha que a Ana veio com intenção só de ensinar. “É fantástico fazer esse tipo de intercâmbio porque nós aprendemos muito estando em território sergipano. No workshop faremos uma troca, mostraremos nossas técnicas, porém queremos aprender também. O Governo de Sergipe está de parabéns e iniciativas como a realização da Semana Sergipana de Dança mostram que os sergipanos estão no caminho certo”, elogiou.

Realização

O evento é uma realização do Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em parceria com o Instituto Banese, e conta com o apoio do Sindicato dos Artistas e Técnicos de Espetáculos de Sergipe (Sated/SE). As 13 apresentações da programação estão divididas entre os Teatros Atheneu e Tobias Barreto, e contemplam grupos da capital e do interior do Estado.