Uma coleção com quase 5 mil amostras de madeiras do Laboratório de Produtos Florestais do Serviço Florestal Brasileiro (LPF/SFB) está sendo usada para conhecer e registrar informações sobre as árvores do país.
As amostras de madeiras, para serem usadas cientificamente, precisam estar registradas em uma coleção oficial conhecida como xiloteca. Estas coleções são usadas para auxiliar no levantamento da diversidade das espécies que existem no Brasil , diz a bióloga e pesquisadora do LPF/SFB, Vera Rauber Coradin.
A coleção de madeiras do LPF é voltada principalmente para espécies encontradas na Amazônia. Em torno de 50% delas vieram desse bioma e foram coletadas em estados como Rondônia e Pará, e também na porção mais oriental da floresta amazônica. O restante das espécies vem dos outros biomas e de intercâmbios com xilotecas de outros países.
Segundo Vera, a coleção funciona não só como uma coleção de espécies madeireiras, mas também como material de referência para estudos. “Todo trabalho científico é feito com material de coleções ou de coleta em campo que precisam ser registrados nesses bancos de dados”, diz.
O uso de amostras de xilotecas proporciona ao pesquisador a certeza de que ele tem em mãos a espécie que se propôs a estudar. Se a madeira não estiver corretamente identificada, todo o resultado pode se tornar sem credibilidade ou mesmo ser invalidado, diz Vera.
A xiloteca do LPF têm dado suporte para pesquisas do próprio Laboratório, como estudos de descrição das características anatômicas das madeiras. Em 2010, informações de 157 espécies foram reunidas em um software que pode ser usado em ações de fiscalização contra o transporte ilegal de madeira. Este trabalho está disponível gratuitamente no site do Serviço Florestal Brasileiro.
Em outros estudos, por exemplo, com o objetivo de determinar os parâmetros de secagem e de resistência mecânica de madeiras, também pode ser usado, como referência, o material da xiloteca.
A coleção do LPF, chamada de Xiloteca Dr. Harry van der Slooten em homenagem ao fundador do Laboratório, conta ainda com mais de 4 mil lâminas de madeiras para as análises feitas por microscópio. O banco de madeiras do Laboratório começou a ser montado em 1977 e está cadastrado no Index Xylariorum, da Associação Internacional dos Anatomistas de Madeira (IAWA, em inglês), que faz o registro das xilotecas do mundo. O Brasil tem 16 coleções reconhecidas pela IAWA.
A do LPF está entre as que têm maior diversidade de material.