Trecho do espetáculo Morada, da Afoita Teatro
O Distrito Federal recebe, entre os dias 17 e 20 de março, o projeto Em câmbio: Cenas de Minas, contemplado com o Prêmio Circulação das Artes – Edição Centro-Oeste da Fundação Nacional de Artes. Dentro da programação estão os espetáculos Outono, realizado nos dias 17 e 18 de março (quinta e sexta-feira), e Morada, que acontece nos dias 19 e 20 de março (sábado e domingo), sempre às 20h. As apresentações serão realizadas no Teatro Sesc Garagem e, especialmente nos dias 18 e 19, haverá acessibilidade em Libras. Os ingressos são a preços populares e estão disponíveis no Sympla.
Os espetáculos são fruto das companhias mineiras Afoita Teatro e Cia. Mineira de Teatro que buscam, por meio da arte, apresentar temas de forma criativa, “lançando mão do lúdico e do lírico e trazendo elementos que ampliam a visão da realidade”, descrevem as companhias sobre os seus trabalhos.
“São duas obras que partem do modo de produção do teatro de grupo, valorizando a tradição e a artesania do teatro mineiro. ‘Morada’ fala sobre relações familiares, convida a plateia para um café, traz música ao vivo, faz rir e, ao mesmo tempo, elabora uma forte crítica à família tradicional. Já ‘Outono’ aposta em uma linguagem mais ousada e reflete sobre esses tempos de polaridades que estamos vivendo”, garante Priscila Natany, atriz e integrante das companhias.
A Cia. Mineira de Teatro e a Afoita Teatro são duas companhias teatrais sediadas em São João del-Rei (MG), que surgiram em 2018 e 2016, respectivamente. Ambas desenvolvem um trabalho de dramaturgia autoral e já participaram de diversos festivais e mostras no estado de Minas Gerais.
“Para nós é muito gratificante voltar aos palcos, pois trata-se de uma legitimação do nosso trabalho e de um passo grande dessas duas jovens companhias, que buscam expandir seus caminhos para além das montanhas mineiras nos últimos anos. São duas peças autorais que buscam investigar a linguagem cênica, criar novos mundos junto ao público e que merecem oportunidades de serem vivenciadas “, conclui Júnio de Carvalho, ator e produtor do projeto.
Sobre os espetáculos
Outono é um trabalho de dança-teatro que discute um período de transição entre extremos: inverno e verão; feminino e masculino; amor e ódio; medo e esperança, guerra e paz. O espetáculo é considerado uma metáfora existencial dos nossos tempos. Remonta paisagens de um mundo vivido e paisagens de um mundo possível.
Já a montagem Morada trata-se de uma investigação sobre as relações familiares, a partir do jogo dos atores partilhando de (in)cômodos inexoráveis a toda e qualquer possibilidade de composição familiar. A dramaturgia constitui uma delicada paisagem humana, inserindo personagens no cerne de um espaço-quadrado-cômodo, por meio de diferentes graus de parentesco, o confronto entre seus afetos e aprisionamentos.