Conhecer cada passo do processo de produção de açúcar e álcool em Alagoas desde o corte da cana no campo até a exportação dos seus derivados para o mercado internacional. Este foi o principal objetivo da visita do diretor do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, Frederick Giles, terça-feira passada, ao Estado de Alagoas.
Em reunião realizada na sede do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçúcar-AL), o representante do governo norte-americano participou de reunião com técnicos do setor sucroenergético alagoano, onde obteve informações detalhadas sobre o setor.
Estiveram presentes a reunião, o engenheiro do departamento técnico do Sindaçúcar-AL, Alfredo Villela, que representou o presidente da entidade, Pedro Robério Nogueira, e o presidente da Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil (STAB – Regional Leste), Cândido Carnaúba.
Durante a reunião foram apresentados os trabalhos desenvolvidos no Estado referentes à produção do etanol, além dos programas de educação e proteção ambiental desenvolvidos pelas usinas alagoanas, a exemplo do histórico Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que prevê a recuperação de áreas de matas ciliares degradas.
O documento, assinado em dezembro do ano passado pelo Sindaçúcar-AL, Ministério Público Estadual e o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), estipula até 2018 a execução de 20 projetos destinados a recomposição de sete mil hectares de áreas degradadas situadas as margens dos rios que atravessam as propriedades rurais pertencentes as usinas.
“Na realidade, a visita é muito importante para os dois lados. Frederick foi empossado no consulado americano em São Paulo. A partir de agora será o responsável por gerir assuntos agrícolas entre os Estados Unidos e o Brasil”, acrescentou Cândido Carnaúba.
Frederick Giles destacou a necessidade de conhecer mais de perto as etapas de produção do etanol brasileiro. “É muito importante aprender um pouco sobre esse importante setor. Trocar informações e experiências, através de cooperação faz parte do aprimoramento do trabalho. Nos Estados Unidos produzimos etanol à base de milho, aqui a base é a cana-de-açúcar”, declarou o representante do governo norte-americano.
De acordo com o Sindaçúcar-AL, parte do açúcar e etanol alagoano é exportado para os Estados Unidos. Por este motivo, segundo o engenheiro Alfredo Vilela, a importância da divulgação do processo de produção do Estado.
“Existe uma preocupação com todas as etapas de produção do açúcar e do etanol. A questão da preservação ambiental e das condições de trabalho é primordial para garantir a venda dos produtos”, relatou Alfredo Villela.
Segundo boletim da Empresa Alagoana de Terminais Ltda (Empat), datado de 24 de janeiro, Alagoas exportou para os Estado Unidos da América 60.904,641 milhões de toneladas de açúcar VHP. O que representa 9,55% do total de açúcar exportado pelo Porto de Maceió até o momento na safra 2009/2010. A frente dos Estados Unidos, apenas a Rússia que já exportou 278.192,360 milhões de toneladas de açúcar VHP nesta safra.
Após o encontro na sede do Sindaçúcar, em Jaraguá, o diretor do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos visitou também as instalações do terminal açucareiro e de etanol do Porto de Maceió.
A agenda de atividades de Frederick Giles a Alagoas foi encerrada com uma visita as instalações da usina Caeté, localizada no município de São Miguel dos Campos, onde conheceu de perto o processo de beneficiamento da cana-de-açúcar. Em seguida, o representante do governo norte-americano seguiu para o Estado de Pernambuco.