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Dimensão Religiosa do Homem

Quando se fala da ESSÊNCIA DE DEUS, há um tema implicitamente colocado nessa unidade que é a Dimensão Religiosa do Homem.

O homem não se pode liberar da religião porque ela é congênita em sua essência, os fatos religiosos se encontram em todos os povos. Essa religiosidade constante e universal está baseada na necessidade moral da Religião.

As obrigações do homem para com Deus se originam do reconhecimento que o ser humano faz do domínio e do poder divino sobre seres e coisas.

A consciência do nosso desamparo ontológico nos leva a buscar uma perfeição suprema que nos ofereça a desejada plenitude por cima das nossas possibilidades e da nossa radical impotência.

Nossas limitações, nossas deficiências, nosso desamparo ontológico, em suma, não podem ser nosso fim. A natureza humana, diz Pascal, é nascida para o infinito e a verdade religiosa não é mais do que uma prolongação magnífica da verdade filosófica. Segundo Maurício Blondel, a Filosofia é a aspiração do infinito, impulso para a mais alta vida, a amizade como a sabedoria pelo sentimento mesmo da impotência humana para realizar o ideal, o sábio.

Desta feita, o homem tem uma inclinação invencível para buscar o porquê, a última explicação das coisas e também uma consciência de si. O homem possui tendências para o absoluto de si. O ponto mais culminante de nossa vida é quando sentimos a presença de Deus. E a consciência de nossa responsabilidade, principalmente moral, leva-nos também a ligá-la ao ser perante o qual devemos ser responsáveis.

Finalmente, todos esses aspectos nos levam para Deus, nos acompanham sempre e através desta confirmação está o próprio toque imediato de Deus em nossas almas. Todos os pensadores apresentam argumentos da Existência de Deus e compreenderam que Deus é um fato inegável diante do universo e do próprio homem, razão pela qual este autor acredita no ateu cristão e no cristão ateu, mas não acredita, por hipótese alguma, no ateu-ateu, aquele que não acredita no próprio ar que respira e que duvida de tudo e de todos.
A propósito, o autor deste artigo deixa duas questões para reflexão não tão somente dos crédulos mas também dos que se dizem ateus, dos agnósticos, dos incrédulos:

a) Quando se afirma que a felicidade consiste nas realizações de suas aspirações, tais aspirações abrangem:

1. O problema de Deus na vida do homem ou a sua necessidade?

2. Tais aspirações podem se reduzir as realizações afetivas do ser existente, desprezando o espírito em si mesmo?

3. Essas aspirações se resumem aos bens materiais? Sim ou não. Por quê?

b) A vida é propriamente antecipação, esse afã de querer ser essa antecipação no futuro, essa preocupação que faz com que o futuro seja ele, o germe do presente. Explicar:

1. Que quer dizer antecipação?

2. O desejo de querer ser implica numa felicidade plena? Sim ou Não. Por quê?

3. A preocupação do futuro leva deliberadamente o homem a pensar na morte? Sim ou Não. Por quê?