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Sergipe

Dia Estadual do Tradutor e Intérprete de Libras em Sergipe celebra a inclusão e acessibilidade para pessoas surdas

A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é um dos recursos fundamentais para a promoção e acessibilidade de pessoas com surdez, além da inclusão nas diversas áreas da sociedade, especialmente educação. Nesta quarta-feira, 26, Sergipe exalta e comemora o Dia Estadual do Tradutor e Intérprete de Libras no Estado, instituído em 2022 pelo Projeto de Lei Ordinária de nº 161, na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese). A data passou a ser difundida em grande parte do território nacional. Anualmente ela é dedicada a homenagear e reconhecer o trabalho fundamental dos profissionais que atuam na interpretação e tradução de Libras.

Mundialmente, a comemoração ocorre dia 30 de setembro, no dia de São Jerônimo, o grande intelectual que realizou a tradução da Bíblia da língua hebraica e grega para o latim. Durante este dia a contribuição dos tradutores e intérpretes para a comunicação global e preservação de culturas é reconhecida e celebrada.

Importância

A Libras é a língua utilizada pela comunidade surda e representa um meio de comunicação e interação essencial para que os surdos possam se expressar plenamente e participar ativamente da sociedade. A importância da data consiste na valorização e visibilidade destes profissionais, que desempenham um papel crucial na promoção da educação inclusiva em Sergipe.

Por conta disso, a Secretaria da Educação e da Cultura (Seduc) conta com setores especializados para atender às demandas, como é o caso do Centro de Apoio ao Surdo (CAS), vinculado ao Serviço de Educação Inclusiva (Seinc/Seduc). Na área da educação inclusiva, o serviço dos intérpretes e tradutores de Libras do setor é fundamental para garantir o acesso à informação e ao conhecimento em sala de aula para estudantes surdos.

A tradutora e intérprete de Libras do CAS, Debora Diniz, disse que o papel que exerce juntamente aos seus colegas é fundamental, já que os profissionais são os responsáveis por dar acessibilidade comunicativa ao surdo. Além disso, a tradutora explicou quais são as ações promovidas para melhorar ainda mais a comunicação para as pessoas com surdez, principalmente nas escolas.

“Fazemos muitas ações aqui no CAS. Dentre elas, ofertamos acessibilidade comunicativa nos eventos da Seduc, como conferências, palestras, seminários, acompanhamos os instrutores surdos nos cursos de Libras, promovemos formação e consultoria aos profissionais tradutores e intérpretes de Libras/ Língua Portuguesa contratos e lotados nas escolas da Secretaria, como também damos assistência aos setores de educação inclusiva das diretorias regionais”, esclareceu.

Ela também exaltou a importância de seu trabalho e a nobreza de poder exercer um papel tão importante de inclusão dentro não só da educação, mas da sociedade. “O surdo é protagonista de sua vida, tem sua identidade, sua cultura e nós profissionais tradutores e intérpretes de Libras/Língua Portuguesa exercemos o papel de mediar a comunicação, seja do surdo para o ouvinte ou vice-versa, dando acessibilidade, prestando o serviço de interpretação e tradução, levando a informação, o conhecimento por meio da Libras comunidade surda”, finalizou.

Tradutor ou Intérprete?

Apesar de ambos trabalharem e se comunicarem através de Libras, eles possuem funções diferentes no papel. O tradutor de Libras tem como função converter textos escritos ou falados para a língua de sinais e vice-versa. Seu trabalho é comumente empregado em situações mais formais, como palestras, aulas e conteúdos educacionais. Já o intérprete performa na comunicação em tempo real entre pessoas surdas e ouvintes. Presente em situações cotidianas como conversas, reuniões e apresentações, o intérprete traduz simultaneamente a língua falada para Libras.

“O tradutor tem um tempo maior para pesquisar e buscar recursos para fazer a tradução dos materiais, como vídeos de pessoas surdas para traduzir para a língua portuguesa, isso é confortável ao profissional, uma vez que terá mais tempo para analisar as sinalizações e pesquisar os conceitos das terminologias. A interpretação, ao contrário da tradução, acontece em tempo real, de forma simultânea. O intérprete recebe de uma língua e já repassa para a outra. Não tem tempo para fazer pesquisas”, esclareceu a tradutora.