O coronel Adroaldo Goulart, presdiente do Conselho Deliberativo da Caixa Beneficente da Polícia Militar, foi afastado do cargo, na tarde desta segunda-feira (12), por decisão unânime dos outros seis conselheiros. O pedido de afastamento foi feito pelo presidente da entidade, coronel Ivon Berto, que investiga um esquema que pode ter desviado mais de R$ 10 milhões dos cofres da caixa que administra recursos descontados dos salários de servidores militares de Alagoas.
Em votação secreta, os conselheiros decidiram pelo afastamento do coronel Goulart por 120 dias, podendo ser prorrogáveis até o término da investigação administrativa, que é conduzida pelo coronel Ivon Berto.
Segundo o novo presidente do Conselho Deliberativo, coronel José Praxedes, os conselheiros vão se debruçar sobre os relatórios apresentados pela presidência da Caixa Beneficente e apurar os fatos com total isenção e lisura. Praxedes informou também que será convocado o coronel Ricardo Tenório para compor o novo Conselho que é formado por sete membros.
Durante entrevista coletiva, na semana passada, o presidente Ivon Berto denunciou um esquema de falsificação de guias trabalhistas da Caixa Econômica e desvio de pagamento do pecúlio pago a viúvas de militares. O principal suspeito de chefiar o esquema, segundo o coronel Ivon, seria o ex-advogado da entidade Cláudio Coelho, que havia sido afastado e foi recolocado na instituição durante o período que Goulart esteve na presidência.
Ainda na semana passada, o advogado Cláudio Coelho negou a denúncia e afirmou que ele próprio procurou a Polícia Federal (PF) na última sexta-feira (2), junto com o coronel Ivon, e pediu a abertura de inquérito para apurar irregularidades no órgão.
O desvio milionário na Caixa Beneficente da PM já está sendo investigado pela Polícia Federal, já que entre as fraudes estão as falsificações de guias da Caixa Econômica para simular o pagamento de dívidas trabalhistas. “A sociedade sempre será informada de todos os passos deste caso, já que vamos sempre primar pela transparência com o dinheiro público”, assegurou o coronel Ivon Berto.
O coronel Adroaldo Goulart ainda não se pronunciou sobre as acusações que o levaram ao afastamento do Conselho Deliberativo da entidade.
