O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) concluiu o levantamento detalhado do desmatamento por corte raso para toda a Amazônia Legal no período de agosto/2008 a julho/2009. O desmatamento no período foi de 7.464 km2, segundo medições feitas pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), feitas por meio da análise de 400 imagens dos satélites Landsat, Cbers e DMC.
Este resultado representa uma redução de 42% em relação ao mesmo período em 2007-2008. Trata-se da menor taxa anual desde que o Inpe iniciou o monitoramento sistemático da Amazônia por satélite, em 1988.
Os dados confirmam a estimativa preliminar de 7.008 km2 divulgada pelo Inpe em novembro de 2009. A diferença de 6,5% entre a estimativa e a consolidação da taxa de desmatamento está dentro da margem de erro de 10%.
Uma queda substancial e consistente do desmatamento vem sendo verificada desde 2004, quando foi criado pelo governo federal o Plano para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAM). Parte desta redução se deve à iniciativa do Inpe, que naquele ano criou o sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), permitindo aos órgãos de fiscalização tomar ações rápidas e eficazes de combate ao corte ilegal.
O Deter indicou no final de 2007 uma tendência de crescimento do desmatamento. Com base nos dados deste sistema, o governo federal adotou medidas para restringir a derrubada da floresta e o resultado foi a manutenção da queda do desmatamento.
Assim como o sistema Deter, o Prodes integra as ações do MCT no PPCDAM e é reconhecido como uma contribuição importante pela presteza e transparência na divulgação dos dados sobre o desmatamento na Amazônia Legal, que estão disponíveis no site do Inpe.
A participação de cada estado na taxa de desmatamento da Amazônia Leal apresentou variações em km2, de 2001 a 2009. Foram registradas reduções nas taxas de desmatamento de todas as unidades federativas da Amazônia Legal, sendo substanciais as reduções observadas no Mato Grosso (-68%) e no Pará (-24%), estados que juntos contribuíram com cerca de 70% do desmatamento em toda a Amazônia Legal em 2008 e em 2009.
O Pará respondeu em 2008-2009 por 57% do desmatamento na Amazônia Legal, aumentando sua participação de 43% no período 2007-2008. No mesmo período, o estado do Mato Grosso reduziu sua participação no desmatamento total de 25% para 14%.
O Maranhão em 2009 responde por 11% do desmatamento total, um ligeiro aumento em relação a 2008 quando sua participação foi de 10%. Rondônia manteve a tendência de queda desde 2004; em 2009 sua taxa de desmatamento foi menor que 1.000 km2/ano pela primeira vez desde 1988. Os demais estados somam 11% do desmatamento total na Amazônia legal em 2009.
