Nesta terça-feira (21), durante a sessão do Pleno do Tribunal de Justiça, o estudante de Jornalismo Victor Avner, estagiário do Jornal Extra, foi expulso, pela desembargadora Elisabeth Carvalho do Nascimento. O universitário contou que Elisabeth interrompeu a fala de Nelma Padilha e afirmou que o Jornal Extra havia enviado um jornalista para “distorcer” o que ocorre no Tribunal.
Avner afirmou que a Desembargador o chamou de palhaço e o mandou recolher seus bens materiais, como o bloco, gravador e a câmera. Comentou que disse que não faria isso e Elisabeth o mandou se retirar. Ainda segundo o estudante, juízes que compõem o Pleno do TJ tentaram acalmar a desembargadora e logo após a sessão foi encerrada.
Nota do Sindijornal
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Alagoas (Sindjornal) vem a público manifestar seu repúdio contra a atitude arbitrária da ex-presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargadora Elisabeth Carvalho, que nesta terça-feira (21) agrediu de forma exacerbada e injustificável o estudante de jornalismo Victor Avner, estagiário do jornal Extra, durante a sessão do Pleno do TJ.
De forma inaceitável, visivelmente incomodada com a presença da imprensa, a desembargadora dirigiu-se a Victor Avner, que estava no exercício de suas funções, com expressões humilhantes e ameaçadoras, usando, inclusive a força policial para mandar recolher seus equipamentos de trabalho e exigir a sua expulsão do ambiente do pleno, comportamento que muito se equipara às posturas arbitrárias da época da ditadura.
Tal atitude fere os princípios de liberdade de imprensa e de livre exercício profissional, assegurados na Constituição Federal. É inconcebível que o desrespeito a tais princípios venha exatamente de quem, por ofício, tem o dever de fazer cumprir a lei.
Questionar um profissional no exercício de suas funções é algo até aceitável, especialmente por alguém que se sente prejudicado pelo teor de uma reportagem. Porém, sabe a desembargadora, como agente da lei, que isso não se faz com constrangimento público, abuso de autoridade, e muito menos cerceando o trabalho da imprensa.
Para quem se julga prejudicado, em qualquer que seja a situação, existem os caminhos legais, e é por eles que este sindicato costuma trilhar, recorrendo às instâncias necessárias e possíveis, na defesa da liberdade, da democracia e do exercício profissional.