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Descriminalização da pedofilia e legitimação das relações incestuosas

Relutei em escrever esse texto a fim de não ser confundido com uma pessoa ranzinza, reacionária ou falso moralista, mas não consegui resistir à minha irresignação enquanto cidadão brasileiro e pai de família, diante de tantos fatos bizarros veiculados frequentemente pela mídia falada ou escrita, de um modo geral. Assim sendo, caros leitores, segue abaixo as observações que não pude conter.

Pois bem.

Por força das cambialidades, das vicissitudes por que passam as sociedades, é bastante natural que gradativamente haja adequação ou mesmo substituições de seus valores de acordo com as novas necessidades que se apresentam, todavia, o que não é natural é quando essa mudança é deflagrada artificialmente por determinada ideologia, utilizando-se, para tanto, de recursos sutis, sub-reptícios, tendo a mídia como instrumento de controle e de reverberação, incontestavelmente um mecanismo ímpar de adestramento cultural. Sobre isso passo a relatar alguns exemplos.

Primeiramente a questão relacionada ao aborto. A sociedade brasileira é, em sua maioria, contrária a esta prática que, cá pra nós, não resolve absolutamente nada do ponto de vista do estupro, no entanto, a mídia, por meio de suas novelas e filmes, tenta incutir na cabeça do telespectador que a mulher, por ser dona de seu corpo, tem o direito de decidir se deve abortar ou não, até mesmo porque a criança que será gerada poderá ser rejeitada pela própria mãe. Ora, que a mulher é dona do seu corpo ninguém tem dúvidas, entretanto entender que o feto se confunde com o corpo dela é uma idéia com pelo menos dois mil anos de atraso, pois eram os romanos que assim entendiam ante os parcos conhecimentos que detinham acerca da vida intra-uterina. São argumentos infantis que não vingam quando confrontados com a irrepetibilidade do ser em desenvolvimento, do patrimônio genético próprio, com a abundância da vida fetal e pelo fato de ser o feto o sujeito ativo na gravidez e a mulher o sujeito passivo.

Ademais, o aborto de filho fruto de estupro não passa pelo crivo de qualquer estatística séria a qual apontará os malefícios que causa à mulher. Nesse sentido, impressiona o incrível índice de suicídios praticados depois do abortamento, sem falar dos altos índices de depressão profunda a que as mulheres são acometidas após exterminarem aquele ser que embora concebido por violência, era fruto de sua semente e trocava substâncias humorais com ela. Sem falar nos aconselhamentos dados (pelas mães que abortaram) às que pretendiam abortar, no sentido de que não levassem adiante tal procedimento. Portanto, tenta-se resolver uma violência abjeta com uma inegável monstruosidade tirando-se a vida de um terceiro como se fôssemos senhores da vida e da morte. Aliás, este é o único caso em que diante de um crime a pena recai sobre o inocente, desconhecendo-se a realidade de tantos filhos do estupro que são verdadeiras bênçãos para suas famílias e, ao contrário, muitos filhos do amor que são verdadeiras maldições para muitos casais. Mas o que é que eu quero dizer com isso? Simples: se antes condenar a morte (aborto) na sociedade brasileira era um desvalor, agora, é um valor e, como o aborto por força de estupro ganhou o apoio legal, tornou-se politicamente correto por imposição midiática.

Para não bastar (e ainda falando sobre o aborto) o STF, lamentavelmente, deu o primeiro passo em direção à viabilização da eugenia no Brasil. Seria um exagero de minha parte tal conjectura? Estou convicto que não. Vejamos. Como os bebês anencefálicos, para o Supremo, não são “seres vivos”, eles podem ser “retirados terapeuticamente”. Nesse contexto, eu gostaria de fazer apenas duas perguntas. A primeira é: caso a mulher resolva ter o filho anencefálico ela poderia, por exemplo, dias depois, ir até a cozinha, pegar uma faca-peixeira e esfaquear o seu filho? Ora, pela lógica do STF poderia, pois a única diferença entre a tal retirada do bebê anencefálico e a atitude da mãe cruel é o ambiente intra ou extra-uterino, ou seja, um é assassinado na barriga, o outro, no berço. A segunda pergunta é: caso a situação de um bebê seja contrária à do anencefálico, ou seja, digamos que o bebê tenha o cérebro perfeito e o resto do corpo todo mal formado, o que lhe condenaria a ficar prostrado numa cama dependente em tudo de outras pessoas, teria direito a mulher a tal “retirada terapêutica”, já que o fundamento da decisão do STF foi o bem estar da mulher? Em breve saberemos a resposta, mas receio que tal possibilidade será questão de tempo, apenas. O que os espartanos faziam com as crianças “defeituosas” e o que Hitler intentou com a insanidade da raça pura, chama-se eugenia, algo asqueroso do ponto de vista ético, filosófico, biológico, político, etc. O STF se preocupou com o bem estar da mulher e esqueceu do bem estar da humanidade. Não é demais lembrar que na Índia já existe o chamado aborto seletivo, em que a mãe pode abortar com fundamento apenas em seu querer, da seguinte forma: “já tenho duas meninas e não quero ter essa que está no meu ventre!” Simples assim. Sem falar que na revista Carta Capital um articulista chamado Vladimir Safatle classificou o feto humano de parasita, em uma boa demonstração das atuais convicções mais “vanguardistas” de parte dos formadores de opinião deste País. Em suma, ter filho (independentemente de como ele seja), já é um desvalor; abortar, ao contrário, é um valor. E a mídia tem sido decisiva para a massificação dessa idéia tão torpe.

Da mesma forma, conforme em outra oportunidade já discorri neste mesmo espaço, roubar o erário sem ser pego numa investigação é um valor; não roubar, ou seja, ser um bobão, um desvalor.

Outro exemplo de mudança de valores perpetrado pela mídia envolve a questão da virgindade feminina, pois se antes era valorizada, hoje é ridicularizada. O “bom”, agora, é ser “rodada”, “quilometrada”, pronta para as diversas estripulias. Se uma garota for assídua telespectadora de “Malhação”, por exemplo, é possível que ela tenha sua primeira experiência sexual aos 13 anos, afinal de contas, como costumam pregar as falas dos personagens desta novela interminável: – “Negar sexo a quem você ama e que também a ama, é bobagem desde que você esteja segura”. É com esse discursinho de meia pataca que várias meninas, sem qualquer estrutura psicológica, acabam ou engravidando ou passando a encarar o sexo como algo banal, vulgarizando uma prática tão íntima, restando-lhe a desilusão sobre a idéia que tinha de que aquele carinha seria pra sempre. Ou seja, a banalidade do sexo, antes um desvalor, passou a ser um valor. As novelas, os filmes, toda a grande mídia potencializa essa banalidade. Por tal motivo, ser contra essa onda é ser reacionário, careta e desconectado com as mudanças sociais, tanto assim, que o próprio Estado passou a distribuir camisinha nas escolas públicas e os que se posicionaram contrariamente foram taxados de alienados, contudo, o único resultado disso foi o absurdo aumento do número de crianças grávidas na rede pública de ensino, fato de sabença geral que dispensa maiores detalhes. Contudo, não posso deixar de alfinetar que o estrábico Estado não percebeu o óbvio: que a distribuição oficial de camisinha (entre adolescentes) legitima a banalização da prática sexual.

Outro dia, enquanto esperava o término de um serviço no meu carro, folheei uma revista chamada Smag, editada aqui mesmo em Alagoas. Chamou-me a atenção um artigo em que o autor defendia uma nova forma de encarar a traição feminina. Para isso, narrou o caso de uma executiva que era noiva e precisou passar alguns dias no Maranhão para um treinamento profissional. No último dia resolveu permitir que um colega de outro Estado subisse ao seu quarto e dormisse com ela. Ao voltar continuou a sua vida com o seu noivo como se nada tivesse acontecido. Para o articulista, o que a executiva fez não foi traição, mas apenas explorou a sua feminilidade e o seu potencial enquanto mulher, em nada afetando a sua relação com seu noivo. Com mais revistas desse calibre e mais articulistas com esse nível de degenerescência, dentro de alguns anos, trair será um valor e ser fiel, um desvalor. A mulher fiel será chamada de banana, bobinha ou coisa que o valha. Aliás, existem sítios na web especializados em traição. Só podem fazer parte deles pessoas casadas que desejam trair seus maridos ou mulheres. Garantem absoluto sigilo de tudo.

Mas ainda há outros comportamentos bizarros. Esses ainda não foram reverberados pela mídia, mas já adianto para o leitor o que está por vir. Outra advertência: isto não virá de forma direta, mas de mansinho, aos poucos, até se tornar uma idéia não tão estranha. Ou seja, será a mesma estratégia do aborto e do reconhecimento do poliamor (famílias constituídas de duas mulheres e dois homens ou quatro homens, ou quatro mulheres, enfim, os arranjos são variegados). Já há jurisprudência reconhecendo esses novos arranjos familiares.

Também já existem, sem qualquer rubor de constrangimento, defensores da descriminalização da pedofilia. Para os defensores dessa asquerosidade a pedofilia nada mais é que uma opção sexual. Tem levantado essa bandeira o sociólogo e fundador do Grupo Gay da Bahia, Luis Mott (que afirmou categoricamente que Jesus era um sodomita ativo e que o evangelista João foi seu amante favorito; Mott também se orgulha de já ter feito sexo com mais de 500 homens). Parece até uma brincadeira sem graça ante a bestialidade da proposta. Como é que se pode falar em opção se a criança é um ser em desenvolvimento? Pelo que se pode ver a opção só existe para o pedófilo, contudo, em breve, isso será uma realidade. Lamentavelmente, disso eu já não tenho dúvidas.

Como a degenerescência do ser humano está se aprofundando em ritmo acelerado, tudo me leva a crer que, dentro de algumas décadas, a pessoa que cultivar e defender a prática sexual apenas com seres humanos será taxado de inapetente, frio e conservador ou atrasado, pois o formidável será buscar o aconchego dos paquidermes, dos répteis, caprinos, ovinos, suínos e equinos, tudo em nome da liberdade, da democracia. A zoofilia será a grande sacada: sexo animal… ual!

E o que dizer da mania esquisita de se taxar de homofóbicas as pessoas que discordam da prática homossexual, consoante também já discorri neste mesmo espaço? Ou seja, ser hetero discordante da prática homossexual é sinônimo de doente (homofóbico); não discordar, sinônimo de saudável e civilizado. Em suma, usar o direito constitucional de opinião de uma prática será um desvalor (ainda que de forma respeitosa); não exercer tal direito, ao contrário, um valor!

E para finalizar com chave de barro, acreditem caros leitores, já há trabalhos acadêmicos defendendo as relações incestuosas (pai com filha, filho com mãe, irmão com irmã). É só procurar no Google. Preciso comentar isso? Fico por aqui.

Infelizmente, a sociedade em seu trajeto pela história, encontra-se, neste momento, no trecho dos horrores, pois já desliza pelo esgoto em direção ao mergulho fecal, afinal, numa realidade em que não gostar de Galã do Brega ou de Bakanas do Brega e congêneres é ser careta, preconceituoso, vê-se que a sarjeta é a parada mais próxima antes do citado mergulho. Ainda bem que gostar da música de Djavan, Toquinho, Chico Buarque e Tom Jobim ainda não são coisa de otário conservador, por enquanto. E por falar em música, tenho percebido que em relação a festas de criança e de adulto as coisas estão trocadas, pois em festa de criança, não raro, tem-se ouvido música de adulto (e às vezes até pornofonia) e, ao contrário, em festa de adulto a moda já é ouvir música de criança, tipo: “a minha velha tinha um gato: o gato miau, o galo cocoricó, a galinha có e o pintinho piu, piu, piu”.

Tem ou não tem algo errado? Está claro que tem e, no entanto, ainda há gente que acredita que a humanidade está melhorando. Como diria Shakespeare: “Há algo de podre no reino da Dinamarca”.

Quando contemplo tudo isso me vem à mente um livro antigo que faz contundente advertência: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem das trevas luz e da luz, trevas; põem o amargo por doce e o doce, por amargo!” Isaias 5:20

E mais: “Não vos enganeis, de Deus não se zomba, pois tudo o que o homem semear, isto também ceifará”. (Gálatas 6:7).

Pelo andar da carruagem, daqui a 20 anos viver vai ser insuportável.