Como garantir a alimentação dos animais no período de estiagem prolongada? Que tipo de forragem é a mais recomendada para região do Semiárido de Alagoas? Esses foram alguns dos questionamentos que surgiram durante o debate do Simpósio Estadual Reestruturação Produtiva do Semiárido Alagoano, que reuniu agricultores, técnicos e pesquisadores, na tarde desta terça-feira (29), durante a Exposição Agropecuária e Produtos Derivados de Alagoas (Expoagro 2013).
Promovido pelo Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater/AL), o simpósio contribuirá na construção do Plano de Reestruturação Produtiva do Semiárido Alagoano do Governo de Alagoas. O documento está sendo consolidado pelo Grupo de Trabalho da Seca, que reúne a experiência de diversas instituições públicas e entidades de classe na discussão.
A diretora-presidente da Emater/AL, Inês Pacheco, destacou que o tema forragem animal é uma demanda constante no desenvolvimento de projetos produtivos, de pesquisa e capacitação, por isso, foi escolhido para um debate ampliado. “O mais importante na discussão sobre forragens é elencarmos quais as tecnologias que podemos disponibilizar aos agricultores, com que custos, o que é mais adequado para cada região. O semiárido alagoano necessita de políticas direcionadas”, enfatizou.
As experiências já desenvolvidas em Alagoas foram destacadas pelo expositor Fábio Cunha, zootecnista e professor da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal). Cunha mostrou as propriedades nutritivas da mandioca e explicou que tudo se pode aproveitar da cultura. “O formato de cultivo da mandioca, como outras culturas em Alagoas, é secular. As orientações de aproveitamento para a alimentação animal ainda não foram absorvidas pelo agricultor familiar. Aproveitamos tudo, as folhas – que são fonte de proteína, o caule – que é rico em fibra e as raízes que são ricas em energia”, informou o zootecnista.
Abordando o tema Palma Forrageira, o técnico da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) Paulo Roberto Freitas compartilhou a experiência de cultivo da palma adensada e as alternativas de armazenamento. “A palma ainda vem sendo cultivada como há 50 anos, mas a finalidade mudou. A palma era cultivada para extração do carmim, tintura natural, hoje é exclusivamente para alimentação animal, então não necessita de espaçamentos grandes. Com o sistema de adensamento e irrigação, ela produz dez vezes mais, em média 40 toneladas por hectare”, afirmou.
O debate contou também com a presença do técnico do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Fernando Lucas, que abordou o tema “Sorgo Forrageiro e produção de silagem”; o pesquisador da Embrapa Antônio Dias Santiago; o pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Teodorico Araújo; o diretor-presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), José Geraldo Medeiros, e o técnico da Secretaria de Estado da Agricultura Hibernon Cavalcante.
