Estudo mostra que a substância contém componentes bioativos
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados realiza audiência pública hoje para discutir a possibilidade de aproveitamento de colostro para fins de alimentação humana. Entende-se por colostro o produto da ordenha obtido após o parto e enquanto estiverem presentes os elementos que o caracterizam. Pela norma atual, é proibido o aproveitamento do leite de retenção e do colostro para fins de alimentação humana.
Autor do requerimento para realização do debate, o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) explica que, apesar da proibição, a médica veterinária da Emater/R-Ascar, Mara Helena Saalfeld, descobriu um substituto para o leite na alimentação dos terneiros chamado Silagem de Colostro, tendo sido premiada, em função da descoberta, pela Fundação Banco do Brasil, Unesco e Petrobras.
Segundo a especialista, o colostro é um alimento excepcional e, atualmente, é jogado fora no Brasil. Ela explica que a substância é essencial para recém-nascidos, mas adultos humanos também podem se beneficiar. “Além de nutrientes, o colostro bovino contém vários componentes bioativos e é uma fonte rica em fatores de crescimento, sendo comercializado como suplemento alimentar de saúde em vários países”.
Diante das pesquisas e experiências em outros países, o deputado Alceu Moreira destaca a importância do debate sobre o assunto, enfatizando que, tendo em vista que o processo de pasteurização do leite e do colostro são diferentes no que se refere à temperatura, “é preciso que na legislação em vigor deva constar apenas a proibição para a indústria misturar o leite com o colostro”.
O deputado informa, ainda, que inúmeros países utilizam o colostro bovino na alimentação humana, como países da União Europeia, Turquia e Nova Zelândia.
A audiência será às 10 horas, no auditório Freitas Nobre.
Convidados
Foram convidados para a audiência:
– diretor substituto do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Alexandre Campos;
– especialista em Regulação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Fátima Machado Braga;
– professora do Departamento de Microbiologia e Parasitologia – Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Daniela Brayer Pereira;
– médica veterinária da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater/RS), Mara Helena Saafeld;
– vice- presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado estadual Ronaldo Santini;
– presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater/RS), Clair Tomé Kuhn;
– professora do Centro de Ciências Químicas, Farmacêuticas e de Alimentos da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Márcia Arocha Gularte;
– professor do Hospital das Clínicas Veterinárias da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Fábio Pereira Leivas Leite; e
– doutoranda do Centro de Ciências Químicas, Farmacêuticas e de Alimentos – Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Dianini Kringel.
