Os excessos cometidos pela polícia nas operações desencadeadas no Estado recebeu críticas no plenário da Assembleia Legislativa. Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (30), o deputado Marcos Ferreira (PMN) disse que o Estado vive, atualmente, um “momento policialesco”. Ferreira propôs a criação de uma Comissão Especial para discutir os limites de atuação da 17ª Vara Criminal. A proposta foi aceita pelo vice-presidente da Assembleia, deputado Alberto Sextafeira (PSB), que presidiu a sessão.
Ferreira citou algumas operações desencadeadas pelas forças policiais em que, depois que diversas pessoas foram presas, ficou provada a inocência dos mesmos. “Na Operação Guabiru, o Ministério Público (MP) disse que foram desviados mais de R$ 50 milhões e depois se chegou a conclusão que houve um desvio de R$ 1,3 milhão”, declarou o deputado. “Além disso, dos 29 indiciados pela Polícia Federal (PF), somente 25 foram denunciados. Ou seja, quatro inocentes foram presos e expostos pela polícia como criminosos e isso provocou até morte”, complementou Marcos Ferreira. Ele se referiu a um vendedor de nome Erivan, que foi preso e logo em seguida adoeceu e faleceu.
O deputado criticou a Operação Primavera, que ocasionou na prisão da primeira-dama da cidade de Olho d’Água das Flores, Ana Cláudia Gomes Carvalho, além do procurador do município, Luciano de Abreu Pacheco, da secretária municipal de Finanças e de mais seis pessoas. Segundo Marcos Ferreira, a operação desencadeada pela 17ª Vara e pelo Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do Ministério Público tem um caráter questionável, pois o promotor da cidade, Luiz Tenório, já havia ameaçado por diversas vezes “prender o prefeito e a esposa dele”.
Durante um discurso de mais de uma hora, diversos parlamentares pediram aparte ao pronunciamento de Marcos Ferreira, onde corroboraram com a indignação e as críticas do parlamentar. A proposta de Ferreira em criar uma comissão para delimitar a atuação da 17ª Vara ainda não tem prazo para vigorar.