Deputado João Gualberto (PSDB-BA)
O deputado João Gualberto (PSDB-BA) criticou há pouco a dificuldade da CPI do BNDES em convocar peças-chave no processo de análise das operações realizadas pelo banco, como os donos do grupo JBS Friboi e o empresário José Carlos Bumlai.
“Essa CPI não está conseguindo investigar nada”, disse Gualberto, ao criticar as informações trazidas pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, que está sendo ouvindo pelo colegiado neste momento.
“Não conseguimos convocar o dono da Friboi. Gostaríamos, por exemplo, de esclarecer por que alguns concorrentes quebraram por não terem a mesma facilidade de acesso a recursos que o grupo Friboi”, criticou Gualberto, insinuando uma possível preferência do banco por alguns grandes empresários do País.
De acordo com Gualberto, há casos de empresários que receberam recursos do BNDES e seis meses depois entraram em processo de falência.
“O senhor Bumlai, após ter recebido inicialmente R$ 300 milhões, recebeu mais R$ 100 milhões do BNDES mesmo tendo entrado com pedido de falência Será que não mereceria uma análise melhor desse caso?”, indagou Gualberto.
“Eu, conhecendo as normas do banco, não considero a possibilidade de o banco ter feito isso”, respondeu o ministro.
“Mas o pedido de falência é público, ministro”, insistiu Gualberto.
“Isso não se conforma com as regras e com a postura do banco”, retrucou o ministro Armando Monteiro.
“Ah, então foi mesmo uma exceção”, ironizou Gualberto.
O deputado comentou ainda as declarações recentes do empresário Eike Batista à CPI, que negou que o banco público tenha tido prejuízos ao financiar o grupo EBX, que era comandado pelo empresário.
“Eike Batista deu prejuízo de R$12 bilhões ao banco. Ele conseguiu empréstimos para tudo e boa parte das garantias era uma carta de fiança”, criticou Gualberto.
A reunião ocorre no plenário 14.
