Deputado Ronaldo Medeiros
O deputado Ronaldo Medeiros (PT) foi à tribuna da Assembleia Legislativa de Alagoas nesta terça-feira, 8, para afirmar que vinha acompanhando, desde 2011, o processo de demissão dos funcionários da Companhia de Administração de Recursos Humanos e Patrimoniais de Alagoas (CARHP), confirmado na semana passada.
Segundo o parlamentar, desde então, o governo do Estado vem ameaçando demitir os servidores da CARHP, em sua grande maioria lotados na área de agricultura, sejam na secretaria ou em órgãos afins. “Na semana passada, mais de 400 servidores foram demitidos em meio a um processo de negociação, o que representa a falência total da agricultura em Alagoas, principalmente a agricultura familiar”, disse Medeiros.
Ainda em seu pronunciamento, o deputado petista disse que a agricultura familiar no Estado de Alagoas está sendo massacrada. A Emater demitiu seus servidores e a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) perdeu mais da metade dos funcionários. “O governo está assassinando a agricultura de Alagoas. Não entendo como deixa o homem do campo sem assistência nenhuma”, lamentou Medeiros.
Segundo o deputado, a Emater tem um convênio com a Caixa Econômica para construir mais de 10 mil casas na área rural do Estado, por meio do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), e agora, com os servidores demitidos, não poderá colocar o convênio em prática. Já a Adeal, que perdeu mais da metade de seus funcionários, vai iniciar, nos próximos dias, uma campanha de vacinação. “Como pode um Estado que pretende receber uma titulação nacional como zona livre de aftosa demitir seus técnicos dias antes de uma campanha tão importante?”, indagou o deputado.
Durante seu pronunciamento, Medeiros foi aparteado por vários parlamentares. O primeiro deles, deputado Antonio Albuquerque (PRTB), disse que o governo estadual submete os técnicos da Emater a humilhação. “Solidarizo-me aqui com todos os servidores que foram demitidos covardemente pelo governo”, afirmou.
O segundo deputado a se manifestar sobre o assunto foi o tucano Inácio Loiola, que disse conhecer de perto o setor agrícola do Estado e que chegou a fazer vários apelos para que as demissões não viessem a ocorrer. “São técnicos de alta capacidade, que estão sendo colocados para fora do Estado”, lamentou.
O líder do governo, Edval Gaia (PSDB), também se manifestou. Ele afirmou que o Executivo tem feito um grande trabalho na agricultura, citando, inclusive, diversos programas para o pequeno agricultor, porém, também não concordou com as demissões. “É uma hora imprópria para ocorrerem as demissões destes técnicos ligados à CARHP”, admitiu.
Já o deputado Jeferson Morais (DEM) levantou um questionamento sobre as demissões. Ele quis saber do líder do governo se o motivo das demissões seriam uma decisão judicial ou uma decisão governamental. “Precisamos conhecer o verdadeiro motivos das demissões”, disse. Sobre o questionamento, Edval Gaia se comprometeu em trazer a resposta ao plenário nesta quarta-feira, 9.
O último a se posicionar sobre o tema foi o também deputado tucano, Joãozinho Pereira. Ele parabenizou o pronunciamento do petista e afirmou que também acompanha de perto a luta dos técnicos da agricultura do Estado, desde 2011. “Tem pais e mães que não conseguem mais dormir devido a este ato”, lamentou.
