Em pronunciamento feito na tribuna da Assembleia Legislativa, o deputado Joãozinho Pereira (PSDB) fez duras críticas à superintendente do Ibama em Alagoas, Sandra Menezes, por não ter comparecido a uma audiência realizada no povoado Pontal do Peba, no município de Piaçabuçu. Em seu lugar, a superintendente enviou um representante, o que na avaliação do deputado tucano foi visto como uma ‘descortesia’.
A audiência debateu a situação dos pescadores do município, que enfrentam dificuldades para trabalhar devido aos embargos feitos pelo Ibama nas fábricas de gelo e barracões para beneficiamento de pescado. “Fiquei triste com a ausência da superintendente, pois os embargos foram feitos de forma truculenta pelo Ibama e os maiores prejudicados são os pescadores. Os barcos não podem sair para pescar porque não tem gelo. Essas fábricas funcionam por meio de uma liminar concedida pelo Judiciário. Se fosse dado um prazo para que as fábricas se regularizassem, os pescadores não seriam prejudicados”, afirmou Joãozinho em seu discurso.
O deputado destacou ainda que o Pontal do Peba é o segundo maior produtor de camarão do Brasil e que o prefeito do município, Dalmo Santana Júnior (PSB), já doou um terreno para que os pescadores construam uma fábrica de pescado. “Os pescadores estão revoltados e temos que unir forças para que o Ibama reveja a atitude tomada e conceda um prazo de regularização, para que a comunidade possa voltar a trabalhar”, completou Joãozinho.
“Dois pesos, duas medidas”
Joãozinho chegou a dizer que o Ibama, em alguns casos, ‘age com dois pesos e duas medidas’, citando os episódios da Barragem do Belo Monte e do estaleiro de Pernambuco, que tiveram suas licenças concedidas em curto período de tempo, ‘enquanto a licença do Estaleiro Eisa em Alagoas ainda não foi concedida’. Os deputados Jeferson Morais (DEM) e Ronaldo Medeiros (PT) apartearam o colega do PSDB em apoio ao seu pronunciamento.
Moradores do Pontal do Peba amargam prejuízos com o fechamento das duas fábricas que abastecem as embarcações com gelo para congelamento do pescado capturado em alto-mar e também dos dois maiores barracões para beneficiamento de camarões e peixes da comunidade. Os locais embargados por falta de licenciamento ambiental, segundo o Ibama/AL, são partes da atividade econômica que gera mais emprego e renda na praia situada no Litoral Sul de Alagoas.
