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Cultura

Deodoro pode ser tombado como Patrimônio Histórico Nacional

Juarez comemora inserção do Deodoro como teatro monumento

Com a imponência característica das grandes obras do ramo, o Teatro Deodoro chega no próximo dia 15 de novembro aos 100 anos com um valor agregado a sua beleza arquitetônica e sua importância cultural não só para Alagoas, mas também para o Brasil.

Isso porque o majestoso símbolo da cultura alagoana está no seleto rol dos 15 teatros monumentos espalhados pelo país – sinônimos de belos e pomposos em cidades como Manaus, Belém, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Salvador, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

“Um teatro monumento é por conceito a representatividade da história e o Deodoro alcançou esse status nacionalmente ao longo desse tempo”, define Juarez Gomes de Barros, que é responsável pela gestão da Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal).

Luigi Lucarini, dossiê ao Iphan do projetor do chão de estrelas

Foi graças ao olhar apurado do arquiteto italiano Luigi Lucarini, ou simplesmente “Luiz”, para os alagonos daquele fim de século XIX e início de século XX que aportou por essas terras em 1875, que tudo isso é possível ser visto atualmente, 100 anos depois. A grafia “Luiz” – à brasileira – está imortalizada em uma das placas da entrada do teatro.

Por meio das suas bem traçadas linhas clássicas que formam o Teatro Deodoro, de estilo neoclássico inovador de sua arquitetura, com reflexos do barroco, o majestoso teatro é considerado hoje um dos mais bonitos do Brasil.

Ao chegar ao centenário, esse “jovem” de 100 anos recebeu investimento da ordem de R$ 2,9 milhões em recursos do tesouro estadual. Graças à minuciosa reforma patrocinada pelo governo de Alagoas, o teatro foi entregue no último dia 16 de setembro e pode ganhar outro belo presente nos próximos meses.

A pedido do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Alagoas, a obra arquitetônica do Deodoro poderá ser incluída como um patrimônio cultural nacional tombado dentro do conjunto de obras de Luigi Lucarini, que, entre outras obras-primas como o Deodoro, projetou o Palácio Marechal Floriano Peixoto e o não menos imponente Teatro 7 de setembro, na cidade de Penedo.

“Não é um processo fácil, mas estamos elaborando um dossiê de suas obras para justificar o pedido de tombamento como patrimônio cultural nacional ao Iphan, no Rio de Janeiro, e o Deodoro está nesse pedido de análise porque faz parte da obra de Lucarini, um divisor de águas na arquitetura de Alagoas”, confirma Sandro Gama, arquiteto do Iphan em Alagoas.

Ele acrescenta que a solicitação de análise do dossiê deve ser encaminhada para o Conselho Consultivo do Iphan, no Rio de Janeiro. “Pouca gente sabe, mas Lucarini ainda chegou a projetar um terceiro teatro que seria erguido onde hoje é a Praça Deodoro, antes de ele arquitetar o Teatro Deodoro”, acrescenta Gama.

“O levantamento começou em março de 2010 e como é um processo lento, pode durar meses, porque são muitos os pedidos de tombamento ao conselho consutivo do Iphan”, completou Gama.

Vale lembrar que o Deodoro já é patrimônio cultural do Estado, tombado no ano de 2008, assinado pelo governador Teotonio Vilela Filho.