Uma operação deflagrada por agentes da Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic), apreenderam na manhã desta quinta-feira (13) uma carga roubada, no bairro do Prado, em Maceió. Foram presos: José William Cordeiro dos Santos, 27 anos, e o pai dele José Pereira dos Santos, 53, acusados de receptação.
O trabalho, comandado pelo delegado Paulo Cerqueira, deu prosseguimento da “Operação Carga Pesada” que desmantelou duas quadrilhas especializadas no roubo de cargas nas regiões do Baixo São Francisco e Litoral Sul.
Com os acusados, os policiais civis apreenderam eletroeletrônicos, inclusive TVs, LCDs e aparelhos de som, além de um revólver – calibre 38, munição e dinheiro.
O Núcleo de Inteligência da Deic, durante as investigações, levantou que os receptadores chegaram a vender parte da carga no interior de Pernambuco (Caruaru).
Segundo foi apurado, os acusados tinham um depósito próximo à rua Cabo Reis, onde as cargas roubadas eram armazenadas, além de uma loja na área do mercado público, na Levada. Além dos eletroeletrônicos, eles também guardavam móveis que serão levados para a Deic.
Quadrilhas
No início deste mês, a Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), da Polícia Civil, desarticulou duas quadrilhas envolvidas no roubo de cargas e em crimes de pistolagem, na região do Baixo São Francisco.
As quadrilhas agiam em todo o Litoral Sul de Alagoas, principalmente nas cidades de Porto Real do Colégio, Coruripe, São Braz, Teotônio Vilela, Junqueiro e Igreja Nova.
As investigações detectaram a existência de uma “guerra” entre as quadrilhas e que resultou nos assassinatos de seus principais líderes.
Pelo que foi apurado, inicialmente havia uma única quadrilha que trabalhava por encomenda, atendendo solicitações de receptadores da região. Mas o grupo se dividiu, formando-se duas facções que vendiam produtos de roubo para o mesmo receptador, o que gerou a disputa entre eles.
Um desses grupos era comandado por Denílson dos Santos Luiz, 35 anos, suplente de vereador em Porto Real do Colégio, que mandou matar o chefe da facção rival – o caminhoneiro Adriano Ramos Neto, de 28 anos.
Adriano dirigia o caminhão, placa MUF 3738, quando foi interceptado por quatro homens fortemente armados, num trecho da rodovia BR-101, próximo ao povoado Retiro.
Segundo testemunhas, os pistoleiros estavam em um veículo Pálio, de cor cinza e sem placas. Eles efetuaram os disparos contra o veículo ainda em movimento e só seguiram viagem após constatarem que a vítima havia morrido.
Duas outras prováveis vítimas da “guerra” teriam fugido para a cidade de Curitiba, no Paraná, com medo de serem mortas.
Para vingar a morte do chefe, o grupo de Adriano contratou pistoleiros para assassinar Denilson. O suplente de vereador foi executado com disparos de pistola calibre 380, no povoado Flexeiras, município de Porto Real do Colégio.
Os tiros foram disparados contra o rosto da vítima por três homens que estavam num Siena, de cor prata, veículo usado para bloquear a passagem do carro dirigido por Denílson, que viajava ao lado da família.
A operação
Com base nas investigações realizadas pelo Núcleo de Inteligência e do Tigre (Tático Integrado de Grupamentos de Resgates Especiais), a operação cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos pelos juízes da 17ª Vara Criminal da Capital.
O trabalho resultou na prisão de Alex da Silva Rodrigues, o “Alex”; Marcos Túlio – o “Túlio”; Maurício Oliveira de Araújo – o “Nego”; Herbson Alves – o “Herbinho”; Josival dos Santos – o “Neno”, e Maria de Fátima Rocha, conhecida por “Maria”, esposa de Adriano, um dos líderes assassinado.
A operação prendeu também o empresário José Francisco Oliveira, mais conhecido “Zé Alagoano”, dono de um supermercado em Porto Real de Colégio. Com ele, os policiais encontraram um revólver calibre 38 e munições de diversos calibres.
O filho do empresário, Jorge Oliveira, também foi preso, por ter sido encontrado com várias munições e um carregador de pistola 380.