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Policial

Defesa Social ouve testemunhas do esquema DPVAT

Pintor José Paulo dos Santos e a dona de casa Maria Eulina de Souza

O pintor José Paulo dos Santos e a dona de casa Maria Eulina de Souza, que residem em Sergipe, foram ouvidos pelo secretário adjunto de Defesa Social, Washington Luiz, na tarde desta quinta-feira.

Eles confirmaram que nunca sofreram acidente, não assinaram procuração, nem receberam valores relacionados com o DPVAT (seguro de acidentes).

Após o depoimento, eles conversaram com a imprensa. Dona Eulina revelou que um corretor de seguros foi a sua casa, em Malhada dos Bois (SE). A proposta era de R$ 7.500,00.

O corretor queria que ela mudasse a versão da amputação de sua perna por complicações de diabetes. Ela deveria dizer que a amputação era resultado de um acidente de trânsito.

A dona de casa não aceitou, mas seu nome foi relacionado num processo existente na Justiça, inclusive, com o pagamento do referido seguro. “Eu nunca participei de nenhuma audiência. Fiquei surpresa quando soube que tinha recebido o seguro”, declarou ela.

O pintor José Paulo dos Santos não sabe como seu nome surgiu num processo, no qual o DPVAT pagou R$ 9.700,00. “Não tenho nem idéia, pois nunca fui procurado por ninguém”, disse ele, que reside em Aracaju (SE).

Maria Eulina e José Paulo são vítimas e testemunhas do esquema de fraude do DPVAT. Uma investigação que resultou em dez mandados de busca e apreensão e nove de prisão expedidos por juízes da 17ª Vara, no final de janeiro 2010.

A operação foi desenvolvida em Maceió, Arapiraca, Nossa Senhora das Dores e Canindé do São Francisco, em Sergipe.

Os advogados Francisco Crispi, Kelmanny Michael dos Santos Freire e Cristiano Gama de Melo – de Arapiraca, José Valmor Tiaro de Souza Silva e Carlos André Marques dos Anjos, a serventuária da Justiça, Valkíria Malta Gaia Ferreira, e os corretores de seguros de Sergipe Manoel Jailton Feitosa e Jânio Gomes da Silva foram presos e respondem a processo. Outro advogado – Rogério Cavalcante – se apresentou à polícia e também está sendo processado.

Todos já estão em liberdade graças a habeas corpus concedidos pelo desembargador Orlando Manso.

Esta tarde o secretário adjunto Washigton Luiz voltou a explicar que os advogados recrutavam supostas vítimas de acidentes de trânsito e davam entrada no pedido do seguro; a maioria no 1º Juizado de Arapiraca. Os processos eram julgados com rapidez e o dinheiro saia em poucos dias.