O período com maior incidência de chuva na capital sergipana, historicamente, ocorre entre os meses de março e junho. Com planejamento e trabalho integrado, a Prefeitura de Aracaju implementa estratégias que tornam a cidade cada vez mais resiliente e preparada para minimizar os impactos ocasionados pelos fenômenos naturais.
Este ano, com base no levantamento realizado pela Defesa Civil de Aracaju, órgão vinculado à Secretaria da Defesa Social e da Cidadania (Semdec), o acumulado das chuvas registrado na cidade, durante o primeiro semestre, ultrapassa a média histórica da capital, passando de 901 mm para 1.306 mm, volume 45% maior.
Deste total, somente nos meses que compõem a quadra chuvosa, o acumulado registrado foi de 1.232,1 mm, sendo os bairros Porto Dantas, Centro, Jardins e Jardim Centenário os de maior concentração de chuva nesse período.
O secretário da Defesa Social e da Cidadania (Semdec), tenente-coronel Silvio Prado, destaca que, diante das chuvas acima da média, o planejamento empregado pela gestão municipal resultou em rápida resposta e redução de impactos.
“Como já estava previsto pela meteorologia, tivemos uma quadra chuva com índices pluviométricos acima da média histórica, superando 400 mm, nos meses de maio e junho. A resiliência da cidade provou, mais uma vez, que temos uma capacidade de resposta e de resistir às chuvas muito maior que em anos anteriores”, considera Silvio.
Segundo o levantamento realizado pelo órgão, entre os meses da quadra chuvosa, foram emitidos 26 alertas para chuvas intensas na capital, através do serviço SMS 40199.
Além desse recurso, a Prefeitura de Aracaju conta com o ClimAju, sistema de monitoramento das condições meteorológicas na capital que possibilita, por meio da tecnologia, o monitoramento em tempo real em todas as regiões da cidade.
“Neste ano, também tivemos o incremento do recurso de previsão meteorológica, disponibilizado na plataforma. O serviço contratado pela Prefeitura de Aracaju contribui para a obtenção de informações direcionadas à capital, que auxiliam no planejamento de ações”, frisa o secretário.
Ocorrências
Somando o quantitativo de solicitações registradas através do serviço emergencial 199, da Defesa Civil, no primeiro semestre deste ano, foram contabilizados 391 chamados, dos quais 326 no período compreendido entre os meses de março e junho. Foram 69 registros em março, 61 em abril, 95 em maio e 101 em junho.
No que se refere à natureza das ocorrências atendidas, 47,3% correspondem a risco de desabamento, totalizando 244 situações, no primeiro semestre. Para desabamentos, propriamente, houve registro de 40 situações, prontamente atendidas pela equipe de Defesa Civil.
Nesse mesmo período, foram registrados 27 atendimentos relacionados a risco de queda de árvores; 14 quedas de árvores; 106 ocorrências referentes a alagamentos, inundações ou enchentes; entre outros.
O órgão também atendeu solicitações direcionadas pelos Núcleos de Proteção e Defesa Civil das Comunidades (Nupdecs), Corpo de Bombeiros (CBMSE), Ministério Público (MPE), canais telefônicos administrativos da Defesa Civil e outros, resultando em 516 atendimentos, nos seis primeiros meses do ano.
O coordenador-geral da Defesa Civil de Aracaju, Robson Rabelo, considera que foram chuvas bem distribuídas, o que, aliado à limpeza dos canais e bueiros e às ações de conscientização, “contribuiu para o rápido escoamento das águas pluviais e a redução dos pontos de alagamento”, constata.
Ainda segundo o coordenador, o balanço para o primeiro semestre do ano vigente é positivo. “Comparado aos anos anteriores, percebemos que as ocorrências relacionadas às chuvas intensas foram menores”, avalia.
Áreas de risco
O mapeamento das áreas de risco da capital auxilia o trabalho das equipes de Defesa Civil, proporcionando maior assertividade e agilidade para redução de risco. O estudo classifica as áreas como de risco muito alto, alto, médio ou baixo, além da indicação dos tipos de risco por região, que podem ser risco de inundação, alagamento, deslizamento de terra e outros.
As áreas são monitoradas frequentemente para a execução de ações preventivas, desenvolvidas junto aos demais órgãos da gestão municipal, e para atuação estratégica, diante da necessidade de resposta frente às chuvas.
Devido ao alto volume de chuva e à constância das precipitações, o coordenador-geral da Defesa Civil ressalta que houve maior atenção das equipes para os locais com risco de deslizamento de terra.
“Nesse primeiro semestre, estivemos focados no monitoramento dessas áreas consideradas como risco alto ou muito alto de deslizamento de terras, como os bairros Japãozinho, Cidade Nova, Bairro América e Santa Maria, que possuem maior probabilidade de ocorrência”, afirma Rabelo.