Oito homens da Coordenadoria da Defesa Civil/Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará estão em Alagoas até sexta-feira (19) para aprender com seus colegas de farda alagoanos como obter o melhor tempo resposta em eventuais desastres naturais, a exemplo das enxurradas que destruíram 19 municípios alagoanos em julho deste ano.
Assim como o Ceará, a Defesa Civil dos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo já mandaram agentes para conferir “in loco” como a Defesa Civil de Alagoas agiu durante e após a tragédia.
O capitão Gonçalves – coordenador da equipe – afirmou que a vinda da comitiva pretende conhecer a situação de algumas cidades afetadas pelas enchentes e as dificuldades encontradas pela DC de Alagoas. “Vamos aprender com a corporação coirmã e saber como o Estado se comportou diante do desastre. A Defesa Civil estadual vai nos apresentar as peculiaridades e particularidades de Alagoas, uma vez que somos estranhos à situação, e o que sabemos foi o que a mídia divulgou”, disse o oficial.
Ele ressaltou que a troca de experiências visa preparar a DC do Ceará caso um fenômeno desta natureza ocorra em seu território. “Um desastre desta magnitude não dá para evitar, mas podemos reduzir os danos, adotando medidas preventivas antes do episódio. Vamos aprender com Alagoas como o Estado reagiu, e pontuar os erros e acertos”, disse o coordenador da comitiva da Defesa Civil do Ceará.
“Nesta quarta-feira, vamos visitar Santana do Mundaú e Branquinha para ver como a DC de Alagoas está procedendo na fase de reconstrução das cidades”, reforçou.
O sub-secretário da Defesa Civil de Alagoas, coronel Romeiro, mostrou na Sala da Reconstrução slides e fotos com o pós-enchente e ações da corporação após a tragédia. Segundo ele, o desastre que atingiu o Estado é diferente de outros que já ocorreram no país e de dimensões superiores a qualquer outro que tenha ocorrido na América Latina.
“A DC de Alagoas passou pelo processo de socorro e assistência e se encontra na etapa de reconstrução das cidades. A eficiência do trabalho tem chamado a atenção de outros estados. O nosso tempo resposta surpreendeu o país por sermos um Estado pequeno e o desastre ter sido de grande proporção”, afirmou o coronel Romeiro.
Segundo lugar – A comitiva da DC do Ceará visita também os municípios de União dos Palmares e Murici para conhecer os rastros de destruição deixados pelas chuvas e os abrigos provisórios onde as famílias estão alojadas. “Alagoas é o segundo estado do país, depois de Santa Catarina, e o primeiro do Nordeste, a ter um Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (Ceped). A instituição será criada pela DC em parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
A elaboração do projeto está em fase de andamento e a previsão é que o centro seja criado até o primeiro trimestre de 2011. De acordo com ele, faltam no Estado professores, mestres e doutores na área de desastres naturais.
O objetivo do Ceped, que será instalado no mesmo local do Radar Meteorológico da Ufal, é formar alunos na área de Defesa Civil. “A DC Nacional quer montar pelo menos 12 centros no país e Alagoas está concorrendo o segundo lugar com o Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Ceará”, concluiu o sub-secretário da DC de Alagoas.