×

Meio Ambiente

Defesa Civil de Alagoas lançará sistema de monitoramento de desastres naturais

Monitoramento vai ajudar na prevenção de desastres naturais

A Defesa Civil do Estado de Alagoas deve lançar, no próximo mês de março, um sistema pioneiro de monitoramento 24 horas das chuvas, graças a uma parceria que será firmada entre o Governo do Estado, através da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), a embaixada britânica e o Ministério de Ciências e Tecnologia. De acordo com o secretário Executivo da Defesa Civil estadual, tenente coronel Romeiro, o projeto-piloto deve ser instalado no Vale do Mundaú e será referência para o país.

“No Brasil, não há um sistema de previsão com esta formatação. Ainda este mês, ele deve ser apresentado ao Ministério da Ciência e Tecnologia para em março começar a ser operacionalizado”, diz o tenente coronel Romeiro. De acordo com ele, o Estado também está desenvolvendo parceria com a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) para que haja, junto aos municípios, a contratação de escritórios para fazer o mapeamento constante das áreas de riscos das 102 cidades alagoanas.

Segundo do país – Ainda segundo o coronel Romeiro, a Defesa Civil também está desenvolvendo um projeto junto à Universidade Federal de Alagoas (Ufal) para a implantação de um Centro de Estudos e Pesquisa sobre Desastres (Ceped), que promete ser o segundo do país, uma vez que funcionará por meio de estudos mais aprofundados e terá um nível mais acadêmico. “Temos uma comissão formada por membros da Ufal, da Defesa Civil Estadual e da Semarh. Nossa ideia é apresentar o projeto ao Ministério de Integração Nacional após o Carnaval”, reforçou coronel Romeiro.

A Defesa Civil Estadual, assegura Romeiro, está unindo esforços com órgãos afins no sentido de prevenir eventuais desastres nas próximas chuvas. “Temos reuniões frequentes com os comandos operacionais do Corpo de Bombeiros para levantar infraestrutura de pessoal e material para darmos respostas imediatas em caso de desastres naturais”, disse, acrescentando que o sistema de monitoramento deve se estender, no futuro, para o Vale do Paraíba e a Região Metropolitana, servindo de modelo para o Brasil.

Nesta quarta-feira (16), integrantes da Defesa Civil se reúnem com a coordenadoria do Vale do Paraíba; na quinta-feira (17) com membros do Vale do Mundaú e, na sexta-feira (18), da Região Metropolitana de Maceió. O objetivo é fazer o mapeamento das áreas de risco e constatar o poder de ação dos municípios no tocante a respostas rápidas que, eventualmente, sejam necessárias diante de futuras enchentes.

O meteorologista e professor da Ufal, Luiz Carlos Molion, afirmou que somente o município de Maceió tem plano integrado de Defesa Civil com ocupação e espaço territorial urbano bem elaborados, capazes de evitar tragédias. “É importante que os prefeitos se convençam da necessidade de elaborar os seus planos”, disse o especialista, admitindo que menos de 10% dos municípios brasileiros (400 de um total de 5.6 mil) possuem planejamento nesse sentido.

Molion lembra que em Maceió há 172 conjuntos residenciais irregulares e 72 deles em áreas de risco. “Pelo menos seis mil famílias estão em situação de vulnerabilidade, a exemplo das que moram em grotas de Cambona e Vale do Reginaldo”, afirmou o meteorologista.

Previsão – De acordo com ele, o tempo deve permanecer esta semana com chuviscos durante a noite e, até março, há possibilidade de trovoadas. “Elas acontecem entre janeiro e março, mas estamos monitorando constantemente e, quando necessário, informando à Defesa Civil”, tranquiliza.