Após 25 anos, pioneiras do fogo se reúnem para solenidade de formatura
“O Corpo de Bombeiros está presente apagando incêndios, livrando alguém de afogamento, resgatando vítimas embaixo de escombros, pilotando helicópteros de resgate e até ajudando gatinhos medrosos em árvores, por exemplo. Tudo isso as mulheres fazem. A carreira militar recebeu as mulheres e continua recebendo porque mostramos que somos capazes de cumprir missões peculiares”, conta a oficial.
A tenente Helena Nascimento conta que, se por um lado houve resistência, do outro havia quem percebesse a importância da presença feminina nas ocorrências. “Foi um verdadeiro avanço para o serviço prestado pela corporação, porque havia certos tipos de ocorrência que a presença de uma bombeira era importante” disse a oficial. Ainda segundo ela, com o tempo, os próprios bombeiros defendiam a importância e o papel delas na instituição.
A dupla jornada da mulher, que trabalha e é responsável pela casa, também é uma realidade das bombeiras militares. Segundo Amélia, apesar das dificuldades, ser bombeira é gratificante. “Se uma mulher decide ser bombeira ou entra para a corporação por necessidade financeira, ela vai viver histórias emocionantes, vai ter decepção, passar sono, deixar filho em casa com febre, ficar longe da família no Natal e na virada de ano, mas também vai sentir a maior alegria do mundo quando reanimar alguém sem batimentos e sem pulso”, disse.
Recrutas desfilam no pátio do Quartel-Geral, em 1994, durante formatura do curso de Formação de Praças (Foto: Ascom CBMAL)
Com os 25 anos de serviço fecha-se um ciclo. Elas agora vão para a reserva remunerada, para a aposentadoria com um sentimento de dever cumprido e satisfação em ter feito parte da história da corporação. “As experiências que tive aqui me ajudaram bastante na minha vida particular e é um orgulho pessoal e profissional ter seguido a carreira bombeiro militar, foi muito bom para mim”, garante a tenente Helena Nascimento.
“Meu maior sentimento nesse momento, sem dúvida, é de gratidão extrema à Deus. Lembrar que ajudei pessoas a voltarem a respirar, o coração a bater, que ajudei a tirar a dor de famílias quando, com meus companheiros, reanimei alguém em estado crítico é simplesmente maravilhoso. E, nestes 25 anos formei minha família, tenho tranquilidade para pagar minhas contas e viver dignamente, como todos deveriam viver”, agradeceu a capitã Amélia.
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel André Madeiro, destacou que historicamente o CBMAL tornou-se uma das primeiras corporações do país a inserir mulheres em seus quadros. Mesmo diante dos desafios, as militares trouxeram um olhar diferenciado às questões ligadas a gênero, proporcionando uma reestruturação no processo de formação militar.
Para o secretário da Segurança Pública, Lima Júnior, as militares encerram um importante ciclo dentro da corporação e demonstram a força e a importância das mulheres. Ele aproveitou para agradecer pela ética e empenho nos serviços prestados por elas ao longo desses anos à sociedade alagoana.
