A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu pelo pedido de prisão preventiva do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, e de mais cinco pessoas envolvidas na suposta tentativa de suborno do jornalista Edmilson Edson dos Santos, conhecido como Edson Sombra, testemunha do esquema de corrupção que atingiu o governo do DF, empresários e deputados distritais.
O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República e acolhido pelo ministro do STJ Fernando Gonçalves, relator do inquérito da Operação Caixa de Pandora, deflagrada no fim de 2009 pela Polícia Federal.
Num flagrante montado com a PF, Antonio Bento, conselheiro fiscal do metrô, foi preso após entregar R$ 200 mil a Edson Sombra – para que o jornalista desqualificasse a denúncia do esquema de corrupção.
No seu pedido, a PGR pede ainda a prisão preventiva do deputado distrital Geraldo Naves (DEM), que entregou a Sombra um bilhete em nome de Arruda, do ex-secretário de Comunicação do DF, Wellington Moraes, do ex-funcionário da CEB Haroaldo Carvalho e de Rodrigo Arantes, sobrinho do governador e um dos intermediários da suposta tentativa de suborno. Antonio Bento já está detido no presídio da Papuda, em Brasília.
“Arruda está apagando vestígios de sua atuação criminosa”
“O grupo criminoso está apagando os vestígios de sua atuação criminosa. Também atua no controle dos deputados da Câmara Legislativa. A organização criminosa instalada continua valendo do poder econômico e político para atrapalhar as investigações e garantir a impunidade”, defendeu o ministro.
As investigações da PF apontam que todos foram intermediários do governador Arruda na tentativa de suborno. O deputado distrital Geraldo Naves foi o mensageiro de um bilhete escrito pelo governador para Sombra, o que, para o ministro Fernando Gonçalves, confirma a participação de Arruda no caso.
“O bilhete é uma das provas da materialidade da participação do governador Arruda no crime”, disse à Corte Especial do STJ.
Já Rodrigo Arantes, segundo as investigações, seria o responsável por repassar o dinheiro do suborno a Antonio Bento, que o entregaria ao jornalista Edson Sombra, amigo do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, autor das denúncias.
Sombra deveria desqualificar os vídeos que sustentam as denúncias que levaram a Polícia Federal a deflagrar a Operação Caixa de Pandora, em novembro de 2009.
