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Sergipe

Curtas-metragens sergipanos serão exibidos e debatidos no Cine Vitória

Nos dias 23 e 30 de maio a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e a Casa Curta-SE promoverão a exibição dos cinco curtas premiados no segundo Edital de Apoio a Obras Audiovisuais e de Curtas-metragens, além de debates sobre esses filmes. As sessões acontecerão a partir das 19h, no Cine Vitória, e fazem parte do projeto ‘Sergipe memória em rede’.

No primeiro dia de exibições estarão em foco os curtas ‘Madona e a Cidade Paraíso’, de André Aragão (14 anos), ‘Operação Cajueiro: um carnaval de torturas’, de Fábio Rogério, Werden Tavares e Vaneide Dias (livre) e ‘Morena dos Olhos Pretos’, de Isaac Dourado (livre). O debate desta noite terá como tema ‘Quando a ficção vira realidade: é hora de fazer documentários?’.

Já no dia 30 é a vez de serem exibidos Para Leopoldina’, de direção de Diane Veloso e Moema Pascoini (classificação livre), e ‘Conflitos e Abismos: a expressão da condição humana’, animação de Everlane Moraes (não recomendado para menores de 14 anos). O gancho para o debate com as diretoras será: ‘Pelos Olhos das Mulheres: uma grande angular’.

De acordo com a secretária da Cultura, Eloisa Galdino, as exibições e os debates tendem a promover ainda mais o acesso da população à produção cultural sergipana, visto que terão entrada gratuita. “A partir do momento que o poder público dá incentivo e fomenta a produção audiovisual no Estado, ele também precisa oferecer mecanismos para que seus resultados sejam conferidos pela população”, frisa.

Sobre os filmes

Os cinco curtas-metragens que foram lançados no dia 24 de abril, no Teatro Atheneu, e arrancou fortes aplausos do público que lotou o evento. Cada um dos curtas foi contemplado com o valor de R$ 30 mil para sua execução. Confira a sinopses dos filmes:

Conflitos e Abismos
Gênero: Animação
‘Conflitos e Abismos: a expressão da condição humana’ tem a autoria da cineasta e produtora cultural Everlane Moraes. A produção trata da história do artista plástico sergipano José Everton Santos, analisando a estética do seu trabalho e enfatizando a sua concepção sobre o universo artístico. O principal objetivo é tratar filosoficamente sobre a relação existente entre arte e vida, usando um tema ao qual o artista se detém: a expressão da condição do homem.

Madona e a Cidade Paraíso
Gênero: Ficção
Dirigido por André Aragão, autor do projeto inspirado em Amós Lima Chagas, que pretende revelar a história de amor vivida entre uma travesti (Madona) e uma prostituta (Folosa). Além disso, trata da problemática da violência praticada contra homossexuais, originária de uma grave crise enfrentada em Sergipe, com base nos altos índices aqui registrados.

Para Leopoldina
Gênero: Ficção
Já a obra ‘Para Leopoldina’, de Diane Veloso, aborda a solidão como estado inerente ao ser humano, traduzida de forma poética, com objetivo de explorar um paradoxo conceitual, quando uma das personagens tenta acabar com a solidão alheia, sendo ela um personagem solitário. O objetivo da obra é fazer com que o filme circule em festivais, exportando Sergipe no âmbito profissional, social, cultural e artístico, além de ser instrumento capaz de gerar reflexões sobre a solidão, o indivíduo e a solidariedade.

Operação Cajueiro
Gênero: Documentário
Fruto de diálogos mantidos com ex-presos políticos e considerando os esforços mantidos pelos mesmos, bem como dos seus familiares e organizações da sociedade civil para evidenciar uma memória sobre as ditaduras militares no Brasil, surge o documentário ‘Operação Cajueiro, um carnaval de torturas’. A produção visa, além de homenagear perseguidos, demitidos, torturados e exilados, alertar a sociedade brasileira para que barbáries cometidas no período ditatorial não sejam repetidas e para dissipar a conivência com a criminalização dos movimentos sociais em qualquer período da história. O documentário destaca, portanto, o Estado de Sergipe como parte desse cenário, tendo na ‘Operação Cajueiro’ uma das manifestações impositivas mais violentas, realizada com participação de militares que vieram da Bahia especialmente para acabar com qualquer tipo de reorganização do PCB em Sergipe.

Morena de Olhos Pretos
Gênero: Documentário
O outro documentário aprovado no ‘Edital de Apoio a Produção de Obras Audiovisuais Digitais de Curta Metragem’ é ‘Morena de Olhos Pretos’, assinado pelo ator e roteirista Isaac Dourado. Com a produção, ele procura traçar uma trajetória sobre a história de Clemilda, cantora radicada em Sergipe, tida como uma das responsáveis pelo amadurecimento e reconhecimento do tradicional pé-de-serra nordestino em todo o Brasil, promovendo a reflexão sobre o que o seu legado representa para a cultura sergipana e brasileira na atualidade.