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Sergipe

Cursos oferecidos na Escola de Artes Valdice Teles ressignificam vidas

Segundo Fernando Pessoa, “a ciência descreve as coisas como são; a arte, como são sentidas”, logo, cada criação artística é uma representação da subjetividade humana. Desta maneira, fomentar os estudos artísticos é, entre outras coisas, possibilitar novas interpretações, renovando significados. A Escola de Arte Valdice Teles possui papel fundamental nesse processo. Vinculada à Fundação Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), abriu suas matrículas para o segundo semestre letivo nesta segunda-feira, 23. No total, quase 600 vagas estão sendo oferecidas em mais de 20 cursos para diferentes faixas etárias, nas áreas de dança, pintura, desenho e música.

Os interessados em participar dos cursos precisam comparecer à unidade e apresentar a carteira de identidade e o CPF. As inscrições serão divididas em três datas: dias 23 e 24 para as oficinas de música; dia 25 para dança e capoeira; e dia 26 para desenho e pintura. A taxa de inscrição custa R$ 30.

Aqueles que conseguirem uma vaga terão a oportunidade de encontrar um ambiente de aprendizado diversificado, conseguindo entrar em contato com histórias de vida variadas, além da conquista da sabedoria oferecida. “Nós temos turmas bastante diversas, com alunos a partir de 12 anos de idade. Eu vejo com bastante tranquilidade essa realidade, pois todos se esforçam muito, independente da idade. Além disso, esse novo aprendizado funciona como uma terapia para muitos deles, sobretudo os idosos, que encontram uma nova atividade para preencher suas vidas”, explica o professor de Teoria Musical Marcos Antônio.

As aulas, ministradas por professores de excelência reconhecida, podem significar a chance de retomar um sonho antigo, ofuscado pelas circunstâncias da vida, que passa em seu ritmo próprio, sem preocupar-se com nossas questões rotineiras. “Vim me matricular em violão e técnica vocal. Eu soube que a Prefeitura de Aracaju oferecia esse serviço, então resolvi retomar a prática de violão, que sempre me deu prazer. Decidi aproveitar esse tempo que tenho livre. Além disso, soube que essa escola possui um grande violonista como professor, o maestro Mosquito, que só ensina aqui, por isso também, estou muito ansioso para o começo das aulas”, afirma o aposentado João Batista.

A também aposentada Alva Virgínia, acompanhada de sua cuidadora Vanusia Sales, viu no local um espaço para preencher seus dias, aumentando sua sobremaneira sua qualidade de vida. “Vim me matricular em um curso de dança. Eu sou aposentada e queria me ocupar. Aproveitei que a escola fica perto da minha casa para retomar as aulas. É bom que eu me distraio e ainda cuido da saúde”, ressalta a senhora.

A troca de experiências é fundamental para a nossa formação de visão do mundo, tanto da estética quanto da ética e costumes. Assim, juntar gerações diferentes possibilita um repertório maior para avaliar a vida. Aliado a isso, o aprendizado gerado na Escola de Arte pode ser passado à frente, reverberando cultura. “Eu me inscrevi em técnica vocal para me aperfeiçoar. Eu já tinha feito um curso de violão clássico aqui, em 2004, então conheço a qualidade. Sirvo na igreja Católica, onde participo do ministério de música, e pretendo repassar o que aprender aos meus irmãos”, aponta Igor Ferreira.