cápsulas de pistola foram encontradas na frente na rente da residência paroquial
A violência em Alagoas não faz distinção de classe social, cargo e, ou poder aquisitivo. Prestes a acabar o mandato, o governador Teotonio Vilela (PSDB) não conseguiu em oito anos, vencer à criminalidade. Durante sua gestão, nove coronéis no Comando-geral da Polícia Militar, sem contar os secretários de Estado da Defesa Social.
Somando também, o pedido de socorro ao governo federal, que implantou no estado o projeto piloto – Brasil Mais Seguro -, e por último, a quarta polícia que se instalou aqui definitivamente, sendo constantemente prorrogado o pedido de sua atuação, a Força Nacional (FN). Apesar dos esforças, não houve redução na criminalidade em Alagoas. Por anos seguidos, o estado mais violento do Brasil, e Maceió, umas das capitais.
E na última semana, mais uma demonstração da insegurança em Alagoas, a residência paroquial do padre Bartolomeu Estevam Rodrigues, 41 anos, foi alvo de uma ação criminosa. Uma dupla armada efetuou oito disparos de pistola, sendo quatro contra o portão da garagem e quatro atingiram a porta de madeira que dá acesso ao interior do imóvel.
Bartolomeu já passou por Penedo, onde foi pároco da comunidade de Santa Luzia, atualmente, conduz o rebanho da paróquia do distrito de Cana Brava, São Sebastião, na BR-101. Como toda instituição que possui hierarquia, subordinado ao bispo da Diocese de Penedo, Dom Valério Breda, a vítima teve que pedir autorização ao alto clero da Igreja para falar sobre o assunto. Com a recomendação, nos concedeu entrevista via telefone.
“Eu estava em casa na noite da última quinta-feira (30), já deitado, acho que por volta das 21hrs, quando escutei os estampidos, vários. Tudo muito rápido e assustador. Quando cessou, fui ver o que tinha ocorrido. Em casa, só eu e meu sobrinho que mora comigo desde a infância. Na fachada, várias marcas, contei oito e ainda encontrei algumas cápsulas, disseram que são de pistola. E no interior da casa paroquial, algumas marcas, que transpassaram a porta e atingiram as paredes. Acionamos a polícia e várias viaturas vieram. Moradores disseram que foram duas pessoas de motocicleta”, contou o sacerdote.
Estevam disse que o clima no povoado é de insegurança, indignação, revolta. Porém, está recebendo apoio da comunidade, autoridades políticas da região e do alto clero da Igreja. “Já nos reunimos com o nosso bispo Dom Valério na sexta (31), isso estiveram padres da região e até o prefeito de São Sebastião. No encontro, ele garantiu que vai cobrar das autoridades policiais celeridade nas investigações. O que posso falar, é que nunca passei por isso. Não tenho a quem atribuir este ato de intimidação, não tenho inimigos”, acrescentou.
Ainda bastante abalado, padre Bartolomeu Estevam Rodrigues, 41 anos, dos quais, 14 dedicados a Igreja, concluiu seu relato por telefone dizendo que não pretende sair do distrito: “Bem, vou continuar na minha casa. Essa atitude veio de pessoas que não amam Deus. Nunca houve isso na região. Posso supor que são pessoas descontentes com o meu trabalho de evangelizador. Uns poucos ainda acham que podem mandar na Igreja, na minha pregação. Então, entrego tudo nas mãos do nosso Pai.”
A investigação do atentado está sendo comandada pelo delegado titular de São Sebastião, Renivaldo Batista. Por várias vezes tentamos contato para saber o andar do caso, o telefone estava desligado.