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Negócios/Economia

Criação de ovelhas gera renda para quilombolas na foz do São Francisco

Num cenário formado por dunas que se movem de acordo com a força dos ventos, rodeado pelas águas do Rio São Francisco e do Oceano Atlântico, no município alagoano de Piaçabuçu, agricultores têm na criação de ovelhas uma forma para geração de renda. A atividade passou de pai para filho e atualmente reúne cerca de 30 criadores, que possuem cerca de 700 animais.

Um dos locais onde a atividade ocorre é a comunidade quilombola Pixaim. As ovelhas ficam soltas nas dunas, alimentando-se principalmente de pasto e vegetação nativa e são recolhidas uma vez por semana para os currais, onde ocorre uma pequena feira. É nesse momento que os agricultores conseguem fazer negócios e obter alguma renda.

“Essa criação é muito peculiar e bastante tradicional. Percebemos um nível razoável de organização, podendo melhorar com a criação de uma associação. Há, porém, um baixo uso de técnicas de manejo, efetuando praticas rudimentares”, analisou o secretário municipal de Agricultura de Piaçabuçu, Joaquim Eugênio.

Como exemplo, ele citou a marcação com cortes nas orelhas dos animais para identificar os proprietários. “Chamam muita atenção algumas curiosidades desta criação nas dunas, como a rusticidade dos animais, a alimentação e a criação coletiva”, completou o secretário. “Com a significativa importância econômica e um enorme potencial de ampliação, vamos garantir apoio para melhoria da atividade, numa parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário”, emendou Joaquim Eugênio.

De acordo com o secretário adjunto de Estado da Agricultura, Henrique Soares, algumas ações do Programa Alagoas Mais Ovinos serão levadas a esses criadores. “Temos a determinação do governador Teotonio Vilela de apoiar a vocação de cada lugar, por isso, conduzimos programas que fortalecem as cadeias produtivas, como o Programa Alagoas Mais Leite, o Alagoas Mais Ovinos e o de Avicultura Familiar Sustentável”, destacou o secretário.