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Política

CPT emite nota sobre “expulsão” de Benedito de Lira de Feira Agrária

A Comissão Pastoral da Terra de Alagoas (CPT-AL) emitiu nesta sexta-feira, nota explicando que não expulsou o deputado federal e senador eleito, Benedito de Lira, e sim apenas solicitou que ele não participasse do café camponês por considerar um grande constrangimento para a classe. Veja a nota abaixo:

Nota na integra

A Comissão Pastoral da Terra de Alagoas (CPT-AL) vem por meio desta nota, esclarecer aos veículos de comunicação e a sociedade alagoana sobre a reportagem do jornal Gazeta de Alagoas publicada nesta sexta-feira (15.10) com o título “Senador eleito é expulso da feira da CPT na capital”.

Ontem de manhã o atual Governador de Alagoas e candidato à reeleição, Teotonio Vilela (PSDB), participou da Rádio Caminho da Roça instalada na 13ª Feira Camponesa na Praça da Faculdade em Maceió. Após o programa de entrevista, o convidado visitou a feira e tomou o café da manhã no Restaurante Camponês.

A Coordenação da CPT informa que em nenhum momento expulsou o Deputado Federal e Senador eleito do evento, afinal, a praça e a feira é do povo! Solicitamos apenas que ele não participasse do café camponês por considerar um grande constrangimento estar na mesma mesa que ele, devido ao conflito agrário recente envolvendo 28 famílias camponesas do município de Major Isidoro, sertão alagoano.

Essas famílias foram convidadas pelo filho do senador, Arthur Lira, a morar e a trabalhar na Fazenda Boa Esperança que estava com uma dívida no Banco do Nordeste e há dez anos é considerada improdutiva. Os acampados passaram a ter uma diversidade agrícola e a criar animais, porém a família do Senador retrocedeu a negociação com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra-AL) resultando em ameaças, inclusive, denunciadas publicamente na Vara Agrária, OAB e Governo de Alagoas. Infelizmente, os camponeses foram despejados.

A CPT é uma pastoral social vinculada à Igreja Católica, que existe há 26 anos no Estado de Alagoas, é uma instituição comprometida com as famílias camponesas e atualmente acompanha 27 acampamentos e 18 assentamentos da reforma agrária. Busca defender seus direitos para se fixarem na terra, produzindo alimentos agroecológicos e evitando o fortalecimento do êxodo rural, também, defende os direitos à água potável, saúde, educação e cidadania.