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Política

CPI continua hoje a ouvir policiais sobre grampos na cela de Youssef

Cinco policiais, entre agentes e delegados da Polícia Federal, já foram ouvidos pela CPI

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CP) da Petrobras continua hoje a ouvir os depoimentos de policiais envolvidos nas investigações sobre a descoberta de grampos ilegais nas dependências da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR). Um grampo foi encontrado na cela do doleiro Alberto Youssef e outro no fumódromo usado por agentes e delegados.

Cinco policiais, entre agentes e delegados da Polícia Federal, já foram ouvidos pela CPI sobre esse assunto, todos em reuniões secretas.

Para hoje estão previstos os depoimentos de três delegados: Maurício Moscard Grillo, Rosalvo Ferreira Franco e José Washington Luiz Santos.

Grillo presidiu a investigação interna sobre o grampo achado na cela de Youssef e concluiu que o aparelho era antigo, estava fora de uso e havia sido instalado na época em que a cela era ocupada pelo traficante Fernandinho Beira-mar.

Franco é o superintendente da PF no Paraná e Santos é o seu substituto imediato.

Suspeitas

Na última terça-feira, a CPI ouviu o depoimento do delegado Mário Fanton, da Polícia Federal, que levantou suspeitas sobre a investigação a respeito do grampo. Fanton fez uma investigação própria sobre o caso e chegou a ser denunciado por calúnia e difamação pelo Ministério Público por levantar suspeitas sobre os colegas.

Os detalhes do depoimento do delegado não foram revelados, mas o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), revelou que ele listou irregularidades na apuração do caso.

Além de Fanton, a CPI também ouviu na terça-feira o delegado Rivaldo Venâncio e o agente José Eraldo de Araújo. Em julho, a comissão ouviu os depoimentos do delegado José Alberto de Freitas Iegas e do agente Dalmey Fernando Werlang, ambos da Polícia Federal. Werlang, em depoimentos publicados pela imprensa, admitiu ter instalado os dois grampos a pedido de delegados da PF e teria confirmado a informação em uma investigação informal feita pelo delegado Fanton.

Todos os policiais foram convocados a pedido do deputado Aluisio Mendes (PSDC-MA).

Depoimento adiado

A CPI convocou também Antonio Carlos Pinto de Azevedo, ex-presidente da Transportadora Gasene. O depoimento, porém, foi adiado a pedido dele, que alegou motivos de saúde.

Além dos depoimentos, a CPI vai votar requerimentos de convocação do presidente da Petrobras, Aldemir Bendine. Os requerimentos foram apresentados pelos deputados Luiz Zérgio (PT-RJ), Celso Pansera (PMDB-RJ), Antonio Imbassahy (PSDB-BA), João Carlos Bacelar (PR-BA) e Fernando Monteiro (PP-PE).

A reunião da CPI da Petrobras acontecerá no plenário 2, a partir das 9h30.