Cortadores de cana aceitaram acordo com a Paisa mediado pela PRT/AL
Os cortadores de cana contratados para atuar na colheita da atual safra da Penedo Agroindústria S.A. (Paisa) fecharam acordo com a empresa do Grupo Toledo, na sede da Procuradoria Regional do Trabalho (PRT/AL) na noite desta quinta-feira, 17. A negociação realizada em Maceió encerrou o segundo dia de protestos dos trabalhadores que reivindicam direitos trabalhistas.
A reportagem do aquiacontece.com.br manteve contato na manhã de hoje (sexta, 18) com a assessoria de comunicação da PRT/AL que, prontamente, viabilizou uma entrevista com o procurador regional do trabalho Rafael Gazzaneo Júnior, responsável pela mediação do encontro que reuniu cerca de 100 cortadores de cana e advogados da Paisa na sede da PRT na capital alagoana.
A negociação iniciada por volta das 18h00 durou cerca de três horas e resultou no compromisso da empresa em pagar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), direito do trabalhador atrasado em até cinco anos, conforme denúncia apresentada por cortadores de cana durante os protestos realizados ontem e antes de ontem em Penedo.
Atrasado do FGTS deve ser pago até 30 de junho
“Todos esses atrasados devem ser pagos até 30 de junho, inclusive o valor referente ao tempo de trabalho de colheita da safra atual. A empresa também se comprometeu em demitir, sem justa causa, os que não quiserem mais trabalhar na empresa, recolhendo 100% do FGTS”, informou o procurador regional Rafael Gazzaneo. Sobre a reclamação dos trabalhadores em relação ao seguro desemprego, a empresa está amparada na legislação.
“Não existe essa ‘ficha fria’, como eles dizem. O contrato por tempo determinado, como acontece durante a colheita de outras culturas, como laranja, café e até durante o final do ano no comércio, não prevê pagamento de seguro desemprego. O que acontece é que algumas usinas estão tentando atrair mão de obra oferecendo contrato por tempo indeterminado, aí gera essa confusão”, explicou Rafael Gazzaneo.
As queixas relacionadas à comida, que estaria sendo servida em condições impróprias para consumo humano, a empresa se comprometeu em resolver o problema, segundo o acordo firmado entre a Paisa e os cortadores de cana que voltaram ao trabalho nesta sexta-feira, 18, dois dias depois das paralisações que suspenderam a moagem na indústria de açúcar e álcool.
