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Meio Ambiente

COP-15: Dilma sinaliza que Brasil terá meta numérica de redução das emissões

Os ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, do Meio Ambiente, Carlos Minc, e da Casa Civil, Dilma Rousseff, em entrevista após reunião com o p

O Brasil vai apresentar uma meta quantitativa de redução de emissões dos gases causadores de efeito estufa, em dezembro, durante a 15ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COP-15)?

Quando o assunto passa pelas mudanças climáticas, essa é a grande dúvida do momento, mas essa pergunta não pode ser respondida antes do dia 14 de novembro, quando o governo federal se reunirá para definir o impasse. No entanto, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, indicou que as chances de o país estabelecer um número específico para o encontro de Copenhague, na capital da Dinamarca, estão mais palpáveis do que antes.

Ao final de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na segunda-feira, 9, a ministra garantiu que o Brasil levará “um compromisso com um número” para a COP-15. Coincidência ou não, o anúncio foi feito horas depois de o governador de São Paulo, José Serra, e o secretário de Meio Ambiente, Xico Graziano, terem criticado as atuais intenções do governo federal sobre o assunto, durante a solenidade que marcou a assinatura de lei estadual que fixa a redução de 20% das emissões de gases causadores de efeito estufa até 2020 (com base nos dados de 2005).

“O que atrapalha o crescimento [do país] são os juros do Banco Central, ao contrário do que pensam algumas autoridades que dizem que não dá para conciliar desenvolvimento com proteção ao meio ambiente”, alfinetou Serra, sem explicitar a quem estava se referindo. Questionado por jornalistas, o governador de São Paulo também negou que a nova lei seja meramente “eleitoreira”.

Já a ministra procurou transmitir a ideia de que o crescimento econômico não vai prejudicar os compromissos de redução de emissão de gases poluentes. “Estamos fazendo tudo para assegurar que uma coisa não comprometa a outra”, acrescentou. Dilma não evitou comentar a possibilidade de o Brasil apresentar um número específico para a redução de emissões do país na COP-15. “Ao reduzirmos o desmatamento [da Amazônia] em 80% [até 2020] já conseguiremos reduzir 20% das emissões [de gás carbônico]”.

Segundo ela, o compromisso voluntário de reduções ainda não foi fechado porque o governo “não pode achar”. “Nós somos o governo e só vamos assumir o que é possível. Falta fazer avaliações consistentes porque temos que provar o que pode ser feito e ter políticas para fazê-lo. Não temos metas a cumprir, temos compromissos voluntários”, explicou a ministra. O governo ainda vai calcular qual será a contribuição de setores como agricultura, pecuária e energia na tentativa de se comprometer com cortes de 40% do CO2 até 2020 – independentemente da meta do desmatamento.