Representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) criticaram ontem (27), em reunião com a presidenta Dilma Rousseff, o texto do Código Florestal aprovado na Câmara dos Deputados, no último dia 25. Conforme os sindicalistas, a presidenta não falou em decisão de veto, mas garantiu que vai “estudar o caso”.
“Dissemos para a presidenta que dois pontos nos desagradam: a multa dos grandes produtores, que foi anistiada; e [o fato de] o Congresso Nacional ter igualado todo mundo, pequenos e grandes. Sempre lutamos por uma diferenciação”, disse Alberto Broch, presidente da Contag, após se reunir com a presidenta e ministros para entregar a pauta de reivindicações do Grito da Terra 2012.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pede Vargas, reiterou a posição de que o texto aprovado anteriormente no Senado tinha a preferência do governo. Ele também defendeu que deve haver uma diferenciação entre grandes e pequenos agricultores.
“Nesse processo, é importante preservar a questão ambiental e preservar a produção das pequenas propriedades. Não podemos tratar da mesma forma uma propriedade que tem 10 mil hectares e uma que tem 5 hectares. Numa primeira leitura, parece que esse equilíbrio não foi dado nesse texto [aprovado] do Código Florestal”, afirmou.
O ministro foi questionado por jornalistas se, em caso de o governo decidir por vetar total ou parcialmente o texto aprovado, não haveria risco de derrubada do veto pelo parlamento e, conseqüentemente, de desmoralização para o governo da presidenta Dilma Rousseff.
Pepe Vargas, entretanto, respondeu que a votação do Código Florestal deu uma indicação sobre a dificuldade de uma decisão desse tipo. “A votação [do Código Florestal] mostrou que é extremamente difícil derrubar um veto. A última votação nominal que aconteceu mostra que não é bem assim que se derrubam vetos”, respondeu.