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Cultura

Conheça mais sobre a arte cinética, estilo que explora ilusão de ótica e movimento

Abraham Palatnik - Coleção Roberto Veirano

Movimento. Essa é a principal palavra que define o cinetismo ou arte cinética. O estilo, que surgiu na França na década de 50, além de promover a ideia de movimento, explora a ilusão de ótica. Presente na pintura, a corrente artística se desenvolveu com mais ênfase na arte de esculpir. No Brasil, tem como um dos maiores expoentes o artista plástico Abraham Palatnik – pioneiro na técnica no país.

Para gerar a movimentação, o cinetismo emprega os mais diversos elementos visuais e técnicas, como água, vento, eletromagnetismo, motores, efeitos especiais e outros. As obras precisam de planejamento, muitas vezes matemático e físico. Os materiais que são utilizados variam e, geralmente, no caso de esculturas, são usados elementos não convencionais, tais como plástico, madeira, fios, arames, vidros, tecidos e luzes.

Os artistas precursores da arte cinética trabalhavam com o conceito de abstração, produzindo obras com características da arte conceitual e do “op art”, como acontece com os trabalhos de Marcel Duchamp e Victor Vasarely. Dessa forma, tanto o “op art”, como a arte abstrata e o cinetismo apresentam propostas bem semelhantes porque todos prestigiam as formas abstratas, o movimento e a dinâmica.

Arte cinética no Brasil

Depois de surgir em Paris, na França, em 1955, com a exposição Le mouvement (O movimento), o cinetismo se propagou para o mundo e ganhou adeptos em vários países. No Brasil e na América Latina, chamou a atenção de artistas de vanguarda. Foi o caso de Abraham Palatnik, nascido no Rio Grande do Norte, mas que se mudou cedo para Tel Aviv, em Israel, onde estudou em uma escola técnica e se especializou em motores de explosão.

Ainda em Israel, Palatnik se aproximou das artes e quando voltou para o Brasil, iniciou diversos trabalhos dentro da arte cinética, com uma fusão entre luz, cores e movimento. Uma de suas principais obras é o “Aparelho Cinecromático”, de 1964, que entrou para a história da arte mundial.

Em 2012, a Fundação Nacional de Artes – Funarte contemplou, por meio do Edital Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça – 5ª edição, o projeto “Arte Cinética na Pinacoteca Potiguar – Abraham Palatnik”. De autoria da Fundação José Augusto, de Natal (RN), o trabalho obteve nota máxima e teve como desdobramento a doação de cinco obras do artista para a Pinacoteca Potiguar do Palácio Potengi, localizado na capital do Rio Grande do Norte. O Edital Marcantonio Vilaça encontra-se, atualmente, em sua 10ª edição e tem como objetivo fortalecer acervos de arte, por meio da aquisição de obras destinadas a instituições museológicas públicas e privadas.

Características

Conheça algumas características da arte cinética. São elas:

  1. o enaltecimento do movimento;
  2. a oposição a outros tipos de arte, como a figurativa;
  3. o emprego da matemática, de elementos geométricos e de engenharia;
  4. a utilização de recursos para causar efeitos de mobilidade, como água, vento, motores e outros elementos mecânicos;
  5. a oposição à obra estática;
  6. a valorização da interação do espectador com a obra;
  7. o uso de diversos materiais, como metal, arame, vidro, madeira e plástico;
  8. a profundidade e o caráter tridimensional das produções artísticas;
  9. o emprego de sombras, cores e a valorização dos efeitos da luz;
  10. os formatos simples e repetitivos.