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Maceió

Congresso debate avanços e desafios na luta contra a Aids

I Congresso de IST-AIDS e Hepatite Virais de Maceió

Com foco no tema “Fortalecendo Vínculos, Ampliando Possibilidades na Atenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)/Aids e Hepatites Virais”, o Programa de DST/Aids e Hepatites Virais da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) deu início, nessa terça-feira (02), ao I Congresso de IST/AIDS e Hepatites Virais de Maceió, que acontece até sexta-feira no Hotel Radisson. O evento, alusivo ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids, celebrado no primeiro dia deste mês, comemora os 20 anos do Programa em Maceió.

“Estamos realizando esse evento com o objetivo de reunir toda a rede de atenção aos portadores do vírus HIV e Aids para compartilharmos experiências, avaliarmos o que foi feito nesses 20 anos de trabalho e discutirmos novos caminhos e estratégias para fortalecer o atendimento na linha do cuidado integral”, afirma o coordenador do PMDST/Aids, Samuel Delane.

Iniciado com a mesa solene de abertura – da qual participaram representantes da SMS, ONGs e outras instituições que integram a rede de atenção, como o Sesc/AL – o Congresso teve como primeiro momento de integração a apresentação do grupo de teatro do CAPS AD Dr. Everaldo Moreira. Coordenado pela teatróloga Carla Rosset, o grupo realizou uma performance teatral de improviso falando sobre os medos e conflitos vivenciados por uma garota que recebe o diagnóstico para a Aids, encontrando, em seguida, o grande amor de sua vida, com direito a um final feliz.

Seguindo com a programação, a médica infectologista Vânia Pires, diretora do Hospital Dia da UFAL fez a explanação “Aids: Integralidade no cuidado. O que estamos construindo?”, iniciado com um relato histórico da epidemia da doença, desde sua descoberta, em 1982, ao surgimento, em 1996, da terapia antirretroviral, que possibilitou ao paciente a estabilização do quadro da doença e a diminuição de sua carga viral, possibilitando ao portador do HIV uma sobrevida maior.

“Atualmente, existem pacientes com HIV que vivem melhor que as pessoas sem o vírus, pois se cuidam mais. A finalidade do tratamento é assegurar bem-estar, segurança e sobrevida a essas pessoas, por isso, a estimativa de vida do portador do HIV hoje vai além dos 70 anos. Isso, no entanto, depende da adesão adequada ao tratamento, fator que fazemos questão de destacar junto aos pacientes”, explica a médica.

De acordo com a infectologista, o Serviço de Assistência Especializada (SAE) do Hospital Dia da UFAL proporciona o atendimento ambulatorial a portadores do HIV e Aids de forma integral e de qualidade. Formado por uma equipe multidisciplinar – assistentes sociais, psicólogos, médicos treiandos em serviços de referência, enfermeiros, nutricionistas, técnicos de enfermagem, enfermeiros e dispensadores – o SAE atua com ações voltadas à integralidade do atendimento, procurando atender ao indivíduo e suas necesidades bio-psicossociais.

A programação seguiu com a explanação da assistente social da SMS, Lídiva Clark, que apresentou um panorama da epidemia de Aids em Maceió, de 1986 a 2015, além da oficina sobre o tema “Sexualidade”, facilitada pelo grupo “Saúde e Sexualidade”, uma parceria ensino/serviço com o Instituto de Psicologia da UFAL.

Durante a tarde, a programação foi retomada com uma intervenção artística do Consultório na Rua, com as palestras “Prevenção combinada para o HIV” – ministrada pela médica infectologista Mardjane Nunes, diretora do SAE Dr. Marcelo Constant, da Uncisal – e “É possível acabar com a epidemia da Aids?” – com a farmacêutica Mona Lisa dos Santos, responsável pela área técnica das DST/Aids da Secretaria Estadual de Saúde – com a mesa redonda “Ampliando o diagnóstico do HIV, Sífilis e Hepatites B e C: o acesso para as populações chave”, além da continuidade das oficinas, com o tema “Vulnerabilidade tem cor?”, também facilitada pelo grupo “Saúde e Sexualidade”.