Devotos acompanharam a procissão desde o início, na capela da Santa Cruz
A comunidade católica prestigiou a procissão em homenagem ao Bom Jesus dos Navegantes desde a saída da imagem da capela de Santa Cruz. De acordo com os moradores do bairro, responsáveis pela manutenção da tradição, o número de devotos registrado este ano superou as edições mais recentes da maior celebração católica da região do Baixo São Francisco.
O louvor ao “Protetor dos Navegantes” parecia que ia acontecer debaixo de chuva, o que certamente iria atrapalhar a programação. O domingo amanheceu com tempo nublado, com chuvas no período da manhã sobre o Litoral de Alagoas e nas cidades ribeirinhas. Faltando menos de uma hora para o início da procissão terrestre, as chuvas continuavam sobre Penedo.
Milagre
Ainda que não o fosse um temporal, as chuvas cessaram antes do início da procissão, repetindo o milagre do Cristo que cessou a tempestade sobre o Lago de Genezaré, passagem bíblica que inspirou a produção da escultura por Cesário Procópio dos Martyres, imagem desde 1915 representa a fé do povo católico, escultura reproduzida na maioria das cidades da região do Baixo São Francisco.
A chuva parou, o cortejo saiu e nem mesmo a má qualidade do carro de som emprestado para divulgar canções e oração durante o percurso desestimulou os devotos. À medida que o cortejo seguia, o número de fiéis crescia, seguindo até o final da rua Santa Cruz, trajeto tradicional que havia sido cortado da programação e reconsiderado por pressão da comunidade que não viu a cavalaria da Polícia Militar à frente do percurso porque, segundo o comandante do 11º BPM, Major Oliveira, a cavalaria da PM não participa mais de procissões religiosas, informação passada à reportagem do site no final da tarde desta segunda, 10.
Acesso limitado
Com o acesso de passageiros à balsa limitado a 80 pessoas, quantidade identificada por crachá, os fiéis foram contidos por um cordão de isolamento feito por policiais militares. A agonia dos que não tinham o documento se transformava em frustração com a saída da balsa, transportando a charola, a banda de música, autoridades, membros da igreja e os demais identificados. Entardecia quando a procissão, sob aplausos e salva de fogos de artifício, foi concluída, com milhares de pessoas saudando o Bom Jesus das margens do Rio São Francisco.
