O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, classificou hoje (10) como “uma comparação despropositada” a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista, condenando a greve de fome por dissidentes cubanos e comparando-os a criminosos comuns. “A comparação é despropositada, pois tenta banalizar um recurso extremo que é, ao mesmo tempo, um símbolo de resistência a um regime autoritário que não admite contestações”, afirmou Ophir, para quem o regime cubano é repudiado pela sociedade brasileira que, historicamente, fez sua opção pela democracia.
Sobre os presos brasileiros – citados por Lula na comparação com os presos políticos cubanos -, o presidente nacional da OAB disse que “mais razoável seria se o governo brasileiro se preocupasse com as péssimas condições carcerárias a que estão submetidos”.
Na entrevista em que condenou o recurso usado por dissidentes cubanos contra o regime castrista, o presidente Lula, após afirmar que a greve de fome “não pode ser utilizada como um pretexto de direitos humanos para liberar as pessoas”, acrescentou: “Imagine se todos os bandidos presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade”.