O Comitê Integrado de Combate à Seca (Coics) se reuniu nesta terça-feira (15), na Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh). Em sua 31ª Reunião Ordinária, órgãos como Semarh, Defesa Civil Estadual, Casal e Conab apresentaram relatórios sobre as ações, problemas e soluções encontrados para os municípios que ainda se encontram em estado de emergência.
O meteorologista da Semarh Vinícius Pinho apresentou dados pluviométricos relativos ao Estado, mostrando que o ano de 2013 teve índices de precipitação dentro da normalidade, ao contrário de 2012, que registrou chuvas abaixo da média histórica. De acordo com o meteorologista, a primeira quinzena de outubro deste ano já apresenta valores acima da média histórica e muito acima dos registrados no mesmo período do ano passado.
Segundo ele, as chuvas registradas em Alagoas nos últimos dias são resultantes de um evento meteorológico isolado e inesperado que não deve se repetir. Além dos dados pluviométricos, o órgão apresentou o andamento das medidas estruturantes que vêm adotando nas regiões afetadas. Programas como o Água Doce, que prevê a instalação de 101 sistemas dessalinizadores, e o Água para Todos, com 176 sistemas de abastecimento e 83 barreiros, estão em fase de diagnóstico social e licitação.
Já os 27 poços recuperados ou perfurados em parceria com o Ministério da Integração e a Defesa Civil Estadual deverão ser entregues em meados de novembro. A Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) relatou os problemas apresentados para a Agência Nacional de Águas (ANA), referentes à diminuição da vazão do Rio São Francisco.
Segundo informações da Casal, o Sistema da Bacia Leiteira está funcionando com um quarto de sua capacidade habitual, gerando prejuízos que já somam R$1,3 milhão. Segundo Erickson Aquino, técnico do órgão, a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) não cumpriu algumas resoluções da ANA, que compensariam minimamente algumas perdas da Casal, que precisou suspender o abastecimento de carros-pipa em alguns locais.
Os carros-pipa também foram o tema central da apresentação da Defesa Civil estadual. O coronel Edvaldo Nunes relatou que o Estado vem gastando proporcionalmente R$ 3 milhões com o pagamento de carros-pipa por mês. “Carros-pipa são uma medida paliativa e temos gasto muito dinheiro com isso. Para combater a seca temos que pensar em prevenção, infraestrutura hídrica e perfuração de poços”, afirmo Nunes, ressaltando os programas apresentados pela Semarh.
Prefeitos presentes à reunião questionaram o pagamento dos pipeiros, que paralisaram as atividades em alguns municípios alegando falta de pagamento. Segundo o coronel, os únicos meses em aberto são agosto e setembro, porém 28 pipeiros apresentam pendências na documentação, impossibilitando o recebimento.
Nunes argumentou também que alguns pipeiros tiveram dificuldade com a forma de pagamento adotada pelo governo federal, na forma de cartões, e não sacaram o dinheiro, fazendo com que retornasse ao fundo.
A reunião do Coics contou com a presença de órgãos como a Associação de Municípios Alagoanos (AMA), a Secretaria de Estado do Planejamento e Desenvolvimento (Seplande), União dos Vereadores de Alagoas (Uveal), Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), além dos prefeitos de Pariconha e Monteirópolis. A próxima reunião está marcada para novembro.