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Maceió

Comissões da OAB/AL fazem vistoria em área afetada pela mineração no Flexal

Vivendo uma situação de ilhamento social, famílias não tiveram imóveis incluídos no mapa de risco da Braskem

Integrantes das Comissões de Defesa dos Direitos Humanos e Especial do Caso Pinheiro da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL) estiveram na comunidade do Flexal, em Bebedouro, Maceió, para conhecer de perto a situação em que se encontram os moradores, que estão atualmente sem acesso a serviços básicos, convivendo com a violência em alta e sem perspectivas de melhorias.

Os problemas são decorrentes dos danos causados pela atividade mineradora da Braskem, que provocou a evacuação de importantes bairros da capital, inclusive o de Bebedouro. O Flexal, porém, não foi incluído no mapa de risco, o que acabou obrigando mais de 800 famílias a permanecerem no local, correndo riscos e precisando de transporte para compras básicas, tendo em vista que o comércio já não existe mais na região.

De acordo com Danielly Inês, membro da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Ordem, o que se viu durante a visita desta quinta-feira já não é novidade. Pessoas isoladas e com o desejo de serem realocadas da comunidade, para que possam refazer suas vidas com dignidade em outro local da cidade, onde possam contar com serviços e assistência do poder público.

“Nós fomos convidados por uma das lideranças do Flexal para observar de perto o que estão passando. Eles estão abandonados. São muitos casos de assaltos, as ambulâncias não entram no período da noite, carro por aplicativo também se recusa a entrar na comunidade. Os comércios fecharam e até para comprar um pão eles são obrigados a pegar um transporte para se dirigirem a bairros vizinhos, que ficam a cerca de três quilômetros de distância”, afirma Danielly Inês.

Os membros das comissões conversaram com os moradores e ouviram de muitos os relatos de adoecimento em razão dos problemas ocasionados pela Braskem. “Essas famílias estão obrigadas a viver lá. Muitas pessoas trabalharam anos para conseguir levantar a casa própria e agora se encontram nessa situação. Tem também muita gente doente, que desenvolveu ansiedade, depressão. Uma senhora contou que a avó dela morreu em decorrência da depressão por causa dessa situação”, acrescentou Danielly Inês.

Além dela, também participaram da visita os advogados Djalma Cavalcante e Cristiane Fernandes, da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos; e Thiago Paranhos e Wannessa Borba, da Comissão do Pinheiro. Diante de tudo o que presenciaram, os membros da Ordem vão avaliar de que forma poderão ajudar as famílias da comunidade e buscar, junto a outros órgãos e entidades, a realocação tão sonhada pelos moradores.