nstituída em setembro do ano passado, a Comissão Estadual da Memória e Verdade Jayme Miranda, se reuniu na Sala do Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB/AL) para ouvir o 17º depoimento. A economista Maria Helena Raimundo da Silva falou aos integrantes do grupo, que busca apurar as graves violações de Direitos Humanos ocorridas no período do Regime Militar em Alagoas.
A economista foi sequestrada em 1973. Ela participava de um grupo liderado por Emanoel Bezerra, revolucionário conhecido como Flávio. A economista também ajudava na edição de um jornal, que mantinha os jovens da época informados sobre os atos de protestos contra a Ditadura Militar.
Maria Helena contou que todas as semanas era “visitada” por militares com o intuito de saber sua rotina e qual seu contato com outros jovens que estavam na militância contra o regime ditatorial da época.
“Eu me mantinha calada, e levava uma vida normal, com rotinas. Eles me encontravam, faziam suas perguntas, eu negava qualquer vinculo e eles me liberavam. Mas nunca fui ameaçada ou torturada durante esses encontros. Eu só acredito que eles eram pernambucanos, pelo sotaque”, contou.
Ela ainda ressaltou que os trabalhos da comissão é fundamental para se revelar o cotidiano dessa parte nebulosa da história do país. ” O que se aprende, oque se mostra nas escolas não é nem metade do que aconteceu. O que essa comissão faz é levantar histórias que nãos e vende nas livrarias e isso é muito importante”.
A tomada de depoimento foi comandada pelo Coordenador da Comissão, padre Manoel Henrique e acompanhada pelo o Conselheiro Federal da OAB/AL Everaldo Bezerra Patriota.
Também acompanharam o depoimento o jornalista Ênio Lins de Oliveira; a professora universitária Maria Alba Correia da Silva; a economista e presa política durante a ditadura militar Maria Yvone Ribeiro; e a funcionária pública Olga Miranda. Os trabalhos contaram ainda como o acompanhamento do superintendente de Direitos Humanos da Secretaria de Estado da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos, Geraldo Majella.